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A CAMÉLIA SEGUNDO CHANEL

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Por Carlos Franco

Desde o livro A dama das camélias, de Alexandre Dumas Filho, lançado em 1848 e que deu origem a inúmeros filmes e à ópera La Traviata, de Giuseppi Verdi, que estreou em 1853, a camélia ganhou lugar de destaque no mundo das artes e da cultura. Esta singela flor branca e sem perfume, que floresce no inverno, como promessa de novos tempos, passou a ser sinônimo de amor e liberdade.

No Brasil, mãos escravas a cultivaram como símbolo de liberdade e, por isso, a plantaram em frente à casa da princesa Isabel e do Conde D’Eu, em Petrópolis, onde permanece até hoje como símbolo de que ali residiu a mulher que assinou o decreto de Abolição da Escravatura.

Já outro escritor francês como Dumas, Marcel Proust, a usava no paletó como símbolo de refinamento e também da liberdade. A camélia provocou suspiros, até em marchinhas, mas deu dois suspiros de amor como a protagonista da obra de Dumas, a bela cortesã Marguerite Gautier, que o escritor retratou inspirado em sua amante Marie Duplessis, depois morreu, abatida pela tuberculose.

Foi essa flor que se tornou, pela sua simplicidade e elegância, o símbolo de Chanel. A famosa maison retribuiu o legado na última semana com um filme, o décimo sexto da série Inside Chanel, que dá voz à flor para que ela conte a sua trajetória no mundo, a sua reprodução em pedras preciosas, diferentes tecidos e em diferentes épocas pelas mãos da estilista. Chanel quando a perguntaram o que desejaria no café da manhã respondeu que uma camélia.

A flor sem perfume deu liberdade para as mulheres escolherem livremente o seu, inclusive o Chanel número 5, imortalizado por Marilyn Monroe que também numa entrevista disse que para dormir não precisava de roupas, mas apenas de duas gotas do perfume criado por Gabrielle Bonheur (Coco) Chanel.

A camélia, ao contrário do que preconiza a marchinha “Jardineira” nunca caiu do galho, e ainda que tenha dado dois suspiros, não morreu, continua viva, imortalizada inclusive nesse sucesso do carnaval de 1938 na voz de Orlando Silva como na ópera de Verdi, na obra de Dumas, na casa da Princesa Isabel, na lapela de Proust e no legado de Chanel. A liberdade está, como o amor, na simplicidade; naquilo que a camélia é a mais perfeita tradução nos nossos invernos para os quais traz esperança.  

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