Na sua luta pela erradicação do trabalho escravo no Brasil, a OIT (Organização Internacional do Trabalho), com o apoio da CONATRAE (Comissão Nacional para a Erradicação do Trabalho Escravo), através de seu escritório no país, volta à mídia para o lançamento de novas peças de sua campanha nacional, criadas pela AlmapBBDO.
O anúncio está nas revistas TPM e Trip. De uma maneira simples, mas ousada, ele procura sensibilizar os leitores sobre a exploração de milhares de brasileiros submetidos a um crime de lesa humanidade. Esses brasileiros não possuem quaisquer direitos trabalhistas, sobrevivem às piores formas de exploração no trabalho e em condições degradantes. O mais grave, entretanto, é que seus direitos mais violados são a liberdade e a dignidade.
Ao folhear as revistas que veiculam o anúncio, o leitor se depara com duas mãos algemadas. Estas algemas também unem as páginas da revista e não permitem que fique totalmente aberta. Ao forçar a revista para abri-la, os elos se rompem e o leitor vê, então, o título: “Infelizmente, acabar com o trabalho escravo não é tão fácil assim”. A assinatura do anúncio é “Trabalho escravo. Vamos abolir de vez essa vergonha
O fato
Em busca de emprego e enganados por aliciadores de mão-de-obra dos fazendeiros, os chamados “gatos”, esses trabalhadores são levados de municípios muito pobres a lugares distantes com a esperança de uma vida melhor. Ao chegarem a seu destino, eles se deparam com a triste realidade – condições desumanas de trabalho, isolamento geográfico que os impede de fugir, guardas armados que ameaçam ou até matam em tentativas de fuga, além de dívidas fraudulentas com alimentação e transporte em valores muito superiores ao salário inicialmente prometido. Em 11 anos de existência do Grupo Móvel de Fiscalização do Ministério do Trabalho e Emprego, mais de 23 mil pessoas já foram libertadas.
O Brasil vem sendo reconhecido internacionalmente como um exemplo mundial no combate ao trabalho escravo pela ação articulada da CONATRAE, que vem apoiando todas as campanhas lançadas pela OIT.