De acordo com dados da Avaliação Nacional de Alfabetização (ANA), a cada 100 crianças que deveriam estar alfabetizadas, 22 não sabem ler adequadamente (interpretam, somente, palavras curtas e isoladas); 35 alunos não sabem escrever; e 57 não dominam a matemática como deveriam. A avaliação – prevista no Pacto Nacional pela Alfabetização na Idade Certa, lançado em 2012, e baseada em pesquisa com 2,3 milhões de alunos do terceiro ano do ensino fundamental em 49 mil escolas públicas – reforça a importância de o Brasil buscar instrumentos para tornar o processo de alfabetização mais eficaz. Na tecnologia pode estar a resposta para facilitar e democratizar o processo de alfabetização e uma das iniciativas, que está ao alcance de pais, educadores e do próprio poder público é a Escola Digital.
Criada em 2013 pelo Instituto Inspirare, Instituto Natura e Fundação Telefônica Vivo, a Escola Digital nasceu da crença que a tecnologia é uma importante aliada do aprendizado e instrumento de promoção de igualdade de oportunidades. Nesse contexto, a iniciativa responde ao objetivo de facilitar o acesso de educadores, escolas e redes de ensino a materiais educativos de base tecnológica inovadora para enriquecer e dinamizar as práticas pedagógicas. A plataforma de busca de recursos digitais também apoia alunos que querem aprofundar os estudos e familiares preocupados em acompanhar a educação dos filhos.
Entre os mais de 4 mil objetos digitais de aprendizagem encontram-se games e livros interativos que auxiliam professores e pais no processo de alfabetização de crianças. Segundo Maria Slemenson, gestora da Escola Digital, o aprendizado e o desenvolvimento da habilidade da leitura – e da escrita – podem ter como aliado algumas ferramentas digitais. “Recursos como jogos, aplicativos, livros multimídias e ambientes digitais de aprendizagem são algumas das ferramentas que dão suporte ao processo de alfabetização de crianças. Os chamados nativos digitais têm a tecnologia como instrumento para ler o mundo; muitos recursos ajudam, inclusive, a engajar e despertar interesse nesses pequenos alunos”, afirma Maria, acrescentando que os pais também são agentes importantes da alfabetização e podem participar do processo, fazendo uso de recursos tecnológicos tais como a Escola Digital.
Veja três recursos digitais para apoiar o processo de alfabetização.
Coral didático
Esse jogo educativo vai até as profundezas do oceano para ensinar as crianças a identificar letras, números, formas geométricas e cores. As instruções são narradas, o que facilita a brincadeira e dispensa a presença de um tutor.
Disciplinas: Português e Matemática
Temas curriculares: prática de leitura e Números e operações
Anos/Séries: Educação Infantil
Produzido por Escola Games
A tartaruga turbinada
Crianças não alfabetizadas conseguem ler esse livro digital interativo, feito para telas com touchscreen, seja no tablet ou no celular. É só passar o dedo por cima das palavras para ouvir a história.
Disciplinas: Português
Temas curriculares: Prática de leitura e Produção e compreensão oral
Anos/Séries: Educação Infantil e 1º ano do Ensino Fundamental
Produzido por Fred van Amstel
Alfabeto de sabão
A brincadeira de fazer bolhas de sabão é o ponto de partida para esse game. A narradora explica que a criança pode usar o teclado para estourar as bolhas e conhecer as letras do alfabeto.
Disciplinas: Português
Temas curriculares: análise e reflexão sobre a língua/estudo gramatical e Prática de leitura
Anos/Séries: Educação Infantil e 1º ano do Ensino Fundamental
Produzido por Escola Games
ESCOLA DIGITAL
A Escola Digital é inteiramente gratuita e já tem sido acessada em todo o país, por redes municipais, estaduais e particulares de ensino. Em 2015, novas funcionalidades foram agregadas à plataforma, inclusive a possibilidade de personalizar a identidade visual e os conteúdos, que cobrem os currículos de Ensino Fundamental e Ensino Médio. Na Escola Digital, o futuro da aprendizagem já é presente. Gratuita, a plataforma possui ampla possibilidade de customização. A plataforma de busca conta com mais de quatro mil objetos digitais de aprendizagem, que apoiam educadores, redes de ensino, alunos e familiares em processos de aprendizagem dentro e fora da sala de aula. Entre os recursos catalogados estão vídeos, plataformas, games, animações, videoaulas, infográficos e mapas, entre outros, categorizados por série, disciplina, tema, tipo de mídia e idioma.
O site oferece ainda informações adicionais sobre os objetos, como nível de acessibilidade para pessoas com deficiência, tipo de licença de uso e se possuem versão off-line, entre outras especificidades. Também indica recursos digitais capazes de apoiar a criação de novos objetos de aprendizagem; trabalho com temas transversais; e a realização de projetos na comunidade, entre outras possibilidades educativas. A iniciativa conta com a colaboração técnica do TIC Educa, responsável pela curadoria do conteúdo. A Escola Digital possui versões customizadas em São Paulo, Fortaleza, Salvador, Caçapava, Mogi Mirim, Potim, Jacareí e Pará.
