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FLIP 2015: A MAGIA DA MATEMÁTICA - Revista Publicittà FLIP 2015: A MAGIA DA MATEMÁTICA - Revista Publicittà

FLIP 2015: A MAGIA DA MATEMÁTICA

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A matemática é uma atividade criativa assim como outras expressões artísticas como a música, a literatura e a dança. Quem afirma é o matemático brasileiro Artur Ávila, ganhador no ano passado da Medalha Fields, considerado o Prêmio Nobel da matemática. Ele participou ontem, 4, da mesa Os Homens que Calculavam, da 13ª Festa Literária Internacional de Paraty (Flip), ao lado do russo Edward Frenkel, autor de Amor e Matemática.

 

Por Akemi Nitahara/Repórter da Agência Brasil

Em entrevista à Agência Brasil, Artur Ávila disse que não há relação direta entre literatura e matemática, mas a participação no evento é uma oportunidade para diminuir o medo que a matéria provoca no público em geral.

“É uma maneira de tentar passar a nossa maneira de pensar, com metáforas e coisas do gênero, para mostrar que certos tipos de raciocínios ou certo tipo de maneiras de enxergar os objetos com os quais que a gente trabalha não são tão distantes assim da maneira abstrata com que você pode ver artes ou outras coisas. Então a gente pode aproximar um pouco esse universo.”

Na mesa, Frenkel comparou o ensino da matemática ao que seria o ensino da arte sem mostrar os grandes mestres. “Apesar de a matemática ser cada vez mais central nas nossas vidas, com o uso das tecnologias, nós fugimos cada vez mais dela. Matemática tem a ver com números e cálculos, mas não é só isso. É como se você estivesse em uma aula de arte e só pintasse paredes e o professor nunca mostrasse Picasso.”

O russo destacou que toda a matemática estudada na escola atualmente foi escrita há mais de mil anos. “É um problema muito complicado e não vai ser resolvido de um dia para o outro. São séculos de ensino assim e o resultado é escandaloso. Quantos não se deram conta de que toda a matemática que estudamos na escola tem mais de mil anos, a geometria euclidiana tem 2,3 mil anos. Imagina que em literatura estivéssemos lendo apenas Homero. São livros bons, mas muitas coisas foram escritas depois disso. Em matemática é a mesma coisa”, comparou.

Os dois lembraram que matemática não se restringe a cálculos e números, mas muitas vezes acaba resumida a isso. Artur Ávila relatou que, em Paraty, um jornalista pediu para que ele calculasse o número de pedras no calçamento das ruas do centro histórico.

“Encontrar um matemático e pedir para ele calcular uma coisa dessa seria a mesma coisa que chegar a uma feira literária, encontrar um grande escritor e pedir para ele fazer palavras cruzadas com você, como um desafio literário. Não é a atividade do sujeito, é um desafio matemático, mas não tem nada a ver. É o primitivo, é o conhecimento dos números”, destacou Ávila. “É como chamar Picasso e pedir para ele pintar uma parede”, brincou Fenkel.

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