Foto: Marcello Casal Jr/Agência Brasil
O presidente dos Estados Unidos, George W. Bush, partiu no início da noite deste dia 9 de março de 2007 para o Uruguay, depois de dois dias de trânsito complicado e protestos na cidade de São Paulo. Antes, Bush e a primeira-dama americana, Laura, passaram pela ONG Associação Meninos do Morumbi, em São Paulo, onde mostrou que gringo no samba é mesmo motivo de piada. O presidente americano bem que tentou acompanhar os meninos com o ganzá, um tipo de chocalho cilíndrico, mas provou que não leva jeito. Mas se divertiu. Leia a reportagem do repórter Paula Montoia, da Agência Brasil:
São Paulo – Uma apresentação de capoeira e samba, de uma organização não-governamental (ONG) para crianças e jovens na zona sul de São Paulo, foi o último programa da segunda visita oficial ao Brasil do presidente dos Estados Unidos, George W. Bush. O presidente e a primeira-dama, Laura Bush, estavam acompanhados da secretária de Estado, Condoleezza Rice.
Mostrando-se descontraído desde a sua chegada, Bush aproveitou o final da apresentação na ONG Meninos do Morumbi para tirar o paletó, tocar ganzá e dar uma sambadinha ao som de “Aquarela do Brasil”. Condoleezza Rice e Laura Bush também ensaiaram movimentos de dança. A ONG foi criada há dez anos pelo músico Flávio Pimenta. A entidade oferece atividades suplementares para crianças, adolescentes e jovens de poucos recursos, que estudem em escolas públicas. Ela oferece aulas de inglês e informática, música e dança, entre outras.
A visita de Bush começou por uma das salas de informática, na qual 20 jovens esperavam o casal presidencial, cada um em um computador. O presidente conversou com vários alunos, querendo saber o que estavam fazendo, sua idade e preferências. Laura Bush também conheceu toda a sala conversando com os estudantes. O aluno Silas Alves Marinho Batista, 16 anos, mostrou a Bush a letra em inglês de “Wave,” de Tom Jobim. Tatiane Pedreira, também 16 anos, exibiu ao presidente uma pequena fotomontagem com textos falando da poluição e do aquecimento global. Em outra apresentação, com uma gravação de trabalho da instituição, as garotas acabaram por dançar na sala. Bush convidou todos os jovens a posar com ele para uma foto.
A seguir foi realizado um encontro reservado numa sala do andar superior do edíficio, numa mesa de reuniões, na qual o presidente norte-americano pode se inteirar dos trabalhos da instituição. Além de Bush, participaram da mesa o fundador da organização, Flávio Sampaio, colaboradores da igreja e de empresas, além de membros do corpo diplomático norte-americano, como o embaixador dos Estados Unidos no Brasil, Clifford M. Sobel, e integrantes da Câmara Americana de Comércio.
A imprensa foi convidada a acompanhar apenas os primeiros dez minutos, em que falaram Bush, o fundador e uma das ex-alunas da instituição, agora formada em curso superior. Eu acredito na construção de uma sociedade alicerçada na compaixão. E creio que você pode mudar a sociedade, um coração de cada vez. Isso requer pessoas que desejam fazer sacrifícios. Flávio conduz um lugar de amor e grande compaixão. Isso é um lugar no tecido social que ajuda a curar corações alquebrantados e dar esperança para o futuro. A razão principal de eu estar aqui é dizer muito obrigado. Nós somos todos membros da família de Deus, disse Bush.
Elogiando o trabalho da instituição, Bush disse que é um prédio muito bonito, para um espírito muito bonito. No pátio de apresentação, também em um andar superior do prédio, Bush viu primeiro uma apresentação rápida de capoeira e, a seguir, a canção Brasil Pandeiro, dos Novos Baianos, com os versos de O Tio Sam está querendo conhecer a nossa batucada, escolhida de propósito por Flávio Pimenta.
Em Aquarela do Brasil, de Ari Barroso, a gravação da música foi acentuada por uma forte batucada, com a percussão dividida entre jovens e crianças do ensino básico. O grupo ainda tocou outros ritmos brasileiros como maxixe e baião. Bush deixou a ONG com forte esquema de segurança e seguir para Guarulhos, de onde partiu para o Uruguai.