Desde que assumiu a Presidência da Argentina em 10 de dezembro de 2015, o empresário Mauricio Macri, eleito pela coligação de direita Mudemos, já tentou mudar a Lei de Meios (que combate os terríveis, danosos e conservadores oligopólios dos meios de comunicação), demitiu milhares de servidores públicos sem nenhuma justificativa plausível, ameaça o ensino público de qualidade, aumentou em 400% – isso mesmo 400% – as contas de energia elétrica, tem desrespeitado diariamente os movimentos sociais e anunciado a todo instante medidas considerada anti-democráticas. Por isso mesmo, tem sido alvo de manifestações quase diárias em todo o país. Como medida extrema, típica de governos autoritários, Macri lançou no último dia 24, um pacote de medidas que visam cercear a imprensa e a liberdade de expressão na Argentina. A ministra argentina da Segurança, Patricia Bullrich, num discurso que se encaixa perfeitamente às ditaduras, justificou o anúncio: “O governo do presidente Mauricio Macri não quer que, durante os próximos quatro anos, as ruas sigam sendo um lugar diário e permanente de problemas”.
O protocolo que ministra Patricia Bullrich apresentou prevê que toda e qualquer manifestação deverá ser submetida à aprovação da polícia, com trajeto, número esperado de participantes e tempo estimado de passeata e que são as autoridades que vão determinar à imprensa onde realizar a cobertura, impondo disfarçadamente censura ao jornalismo livre. Caso algum trajeto ou horário seja desrespeitado, os manifestantes serão reprimidos. “Pediremos que se retirem pacificamente. Se não saírem entre cinco e dez minutos, os ‘tiramos’”, disse a ministra de Segurança deixando claro que o governo Macri usará de força para combater aqueles que discordam das medidas anti-democráticas que Macri tem adotado.