Em duas décadas de atuação, comemoradas no dia 1º de agosto, o serviço do Disque Denúncia do Rio de Janeiro recebeu mais de dois milhões de denúncias sobre diversos tipos de crimes, entre elas, o tráfico ilegal de armas. Segundo informações do serviço, mais de 10 mil armas (fuzis, metralhadoras, revólveres, granada) foram apreendidas e aproximadamente 60 mil munições retiradas das ruas neste período.
É um resultado vitorioso para ser comemorado, mas o trabalho não pode parar. Para incrementar ainda mais o número de denúncias, que tem na sociedade um aliado importante, a Agência3 criou a campanha “Bonde da Denúncia”, que pretende incentivar o cidadão a denunciar o esconderijo e o tráfico de armas nas comunidades.
O filme criado para o Disque Denúncia aposta no funk como meio de comunicação para mobilizar os moradores das comunidades. “Foi uma ótima ideia usar um meio de comunicação que tem uma linguagem popular, muito próxima do nosso ambiente e principalmente da juventude, que pode ajudar as autoridades neste movimento de combate à criminalidade”, ressaltou o coordenador do MOVRIO (ONG que gerencia as atividades do Disque Denúncia), Zeca Borges. Segundo ele, a expectativa é que esta campanha traga um bom retorno em relação à participação do cidadão em denunciar.
O vice-presidente de Criação da Agência3, Paulo Castro, acredita que a linguagem fácil, que fala direto ao jovem, deve sim contribuir para o sucesso da campanha. “Buscamos um estilo musical e uma linguagem próximos deste público. A ideia principal é encorajar as pessoas a denunciar o esconderijo de armas”, destacou, lembrando um trecho da letra, criada exclusivamente para a campanha: “A comunidade quer viver em paz. Cada denúncia é um golpe no crime. Não tenha medo de denunciar. Sua segurança em 1º lugar. Em 20 anos, ninguém descobriu a identidade de nenhum civil”, reforçando a ideia do anonimato, que é a característica principal deste importante serviço para a sociedade.
Desde ontem, 29, o som do funk é divulgada pelos carros da polícia que circulam nas comunidades, enquanto o filme será exibido em mídias como o Facebook e no site do Disque Denúncia. É o som do funk pela vida, agora nas ondas dos carros de polícia. Tomara que alguns policiais entendam a letra e o recado, já que muitas das denuncias de arbitrariedades envolvem justamente aqueles, os homens de farda que recebem proventos do dinheiro público, sobretudo das classes menos favorecidas e mais vulneráveis e que não sonegam.
Solta o funk!
