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PROCURADORIA-GERAL DA REPÚBLICA: O ESPELHO DE PILATOS II - Revista Publicittà PROCURADORIA-GERAL DA REPÚBLICA: O ESPELHO DE PILATOS II - Revista Publicittà

PROCURADORIA-GERAL DA REPÚBLICA: O ESPELHO DE PILATOS II

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É impressionante a atualidade do texto que hoje publicamos e que originalmente oferecemos aos leitores na sexta-feira da paixão, em 25 de março de 2016, na esperança de que a reflexão em torno dos fatos pudesse sensibilizar aqueles que são responsáveis por manter coerentes e eretas as pilastras nas quais se assenta a Justiça por meio das regras básicas e essenciais do Estado de Direito. A esperança se mostrou vã e o texto se manteve atual. Não é de se estranhar, pois vivemos hoje num país onde uma ponte para o atraso é erguida corroendo as instituições e injetando o nocivo vírus do ódio, expresso pelo justicialismo, na sociedade brasileira. Tristes dias. Tristes trópicos.

 

 

Por Carlos Franco

“Quando Pilatos percebeu que não estava obtendo nenhum resultado, mas, pelo contrário, estava se iniciando um tumulto, mandou trazer água, lavou as mãos diante da multidão e disse: “Estou inocente do sangue deste homem; a responsabilidade é de vocês”. (Mateus,27-24).”

A Procuradoria-Geral da República exerce nos tristes dias que se seguem exatamente o papel de Pilatos. Tem o poder de chefiar o Ministério Público Federal, e ainda exerce o papel de procurador-geral eleitoral e presidente do Conselho Nacional do Ministério Público, mas lava as mãos diante de uma caçada insana, de uma parcialidade contundente de seus subordinados na propalada Operação Lava-Jato, enquanto deveria preservar, com recursos públicos, de impostos e contribuições pagos pelos cidadãos, a imparcialidade que é a filha dileta da Justiça em seus atos. Só que, ao contrário e, ao lavar as mãos, envia para a MORTE os que sonharam com um mundo de oportunidades e bonança para os excluídos, e a eles deu a chance de construírem o sonhado novo mundo. Para tal, HOMENS DE BEM não cobram, e talvez nisso errem como o Cristo, pois apenas exercem a fé no futuro e a crença naqueles que sabem que devem amar sobre todas as coisas, pois “ama o próximo como a ti mesmo”, não apenas em palavras, mas nos seus atos, na capacidade de criar espaço e território para o compartilhar entre os diferentes, é o principal mandamento daquele que sangrou na cruz em nome de Deus há 2.016 anos.

A Procuradoria-Geral da República exerce, assim, nos tristes dias que se seguem deste ano de 2016, o papel de algoz, ainda que lavando as mãos, mas nunca o de defensor do público, mas apenas e mesquinhamente de defensor do interesse privado, sobretudo de uma mídia hipócrita, porta-voz de uma elite insana. Perde, assim, a função para a qual foi criada e pela qual é sustentada pelos cidadãos – exceto por aqueles que o gordo pato da Federação das Indústrias de São Paulo (Fiesp) engorda e que são sonegadores fiscais de longa data – e  abona, sobretudo pela passividade, o lavar as mãos, as injustiça e ainda esgarça o Poder Judiciário no qual deveria estar assentada.

As trevas e tenebrosas transações que envolvem o prédio construído por esta mesma Procuradoria-Geral da República, em Brasília, tantas vezes denunciadas em jornais, inclusive pelo sempre golpista A Província, também conhecido pela alcunha de O Estado de S. Paulo, em reportagens assinadas por Fausto Macedo, são apenas detalhes neste cenário de uma construção mais importante que é a cidadania, a forma pela qual os cidadãos podem ou deveriam ser protegidos das mazelas do que fazem do público, o privado. Lamentavelmente, porém, a trama dos que ocupam o fausto trono dessa edificação dá eloquente continuidade à defesa do privado sobre o público, no acobertamento dos interesses privados aos quais se dedicaram e têm se dedicado “engavetadores-gerais” ou o pior tipo deles, os parciais.

É uma verdadeira afronta à dignidade dos homens que lutam pela inclusão de outros homens numa sociedade mais justa, mais participativa e para todos, ainda que os ocupantes de seu “trono” conquistem, neste ato, os holofotes de uma mídia que nunca atuou em nome de todos, mas no interesse de poucos, dos privilegiados de um mundo desigual que a sustenta com seu reclames, a publicidade, seja de governos ou seja do setor privado.

O prédio erguido no Planalto Central do país nunca passará de morada dos fariseus e dos algozes de uma sociedade mais justa até que seus ocupantes tenham fé, não nos mandatários da mídia e de suas elites, mas no homem. Aquele homem que  é a imagem em Deus em semelhança e similaridade apenas quando reconhece no outro o seu próprio ser, o ama e com ele divide o pão e o vinho, não busca o acúmulo para si. Não se pode ter como espelho os afortunados, mas os aflitos, aqueles que distante da opulência, vivem a dor do mundo, até que se sintam libertos da escravidão do homem pelo homem. Mais do que seu trabalho pelo sustento, esses homens têm direito à mais sagrada das prerrogativas, a vida, para que vivam não como senhores, mas como filhos de um Senhor supremo em suas crenças, não importa quais. Esta mesma felicidade que os medíocres senhores da Justiça (seria Justiça mesmo?) buscam apenas distanciar em nome da defesa dos interesses privados sobre os públicos, mantendo assim o homem escravizado pelo homem e sequer respeitando não os anseios falsamente  públicos, como os quer a mídia financiada pelas elites, mas os compromissos com o futuro.

Uma Justiça para justificar a indagação aqui colocada que poupa aqueles que lutam contra o homem, mesmo que sustentada pelos centavos que tornam-se milhões daquilo que é de Cesar e em nome dele é recolhido, não é Justiça, é o oposto dela. Tornam-se, assim, esses ungidos pela matéria, a própria retratação real e em tempo real das injustiças porque querem além do que é dado a César e em nome dele é recolhido, querem a mídia, e que venha a mídia, querem os holofotes e com estes compartilham almoços e jantares regados pelo suor dos renegados. Mas, claro, agradam temporariamente os poderosos da mídia e suas elites ao esperar desse convívio a glória para os seus feitos, o troféu global da opulência midiática dos que fazem também temporariamente a diferença e conquistam medalhas e louros que um dia  descobrirão passageiros. Nada mais.

E é essa opulência mesma que futuros herdeiros, assim como seus trajes, venderão um dia nos brechós, enquanto a História escreverá novo capítulo, onde as traições, ainda que num tempo distante como as cometidas contra Cristo, ganhem relevo. O silêncio e a absurda conivência com caçadas insanas ruirá as edificações e transformará em vis páginas da história carcomidas por  trastes e baratas os alicerces dos traidores da Justiça, onde se assenta hoje a Procuradoria-Geral da República.

A Pilatos o que é de Pilatos.

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