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Uma vaia para Timóteo - Revista Publicittà Uma vaia para Timóteo - Revista Publicittà

Uma vaia para Timóteo

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A Virada Cultural, que reuniu mais de 3,5 milhões de pessoas em São Paulo, no fim de semana, entre as 18 horas do sábado e 18 horas de domingo, foi uma verdadeira aula de cidadania.

Nos diversos palcos montados por toda a cidade, muito lazer e entretenimento, momentos de encantamento e exposição de realidades cantadas em músicas, inclusive na única nota triste do evento, em que a PM decidiu dar uma demonstração da sua falta de urbanidade, exibindo toda a truculência de que é capaz e estimulando a reação do público, que se defendeu com pedras e paus nas primeiras horas do domingo, na Praça da Sé.

VAIAS PARA TIMÓTEO

No palco montado na Avenida Vieira de Carvalho, no centro velho da capital, nomes consagrados da música popular brasileira atraíram multidões. A eterna rainha do rádio Ãngela Maria ocupou esse palco ás 23 horas do sábado, não desapontando saudosistas. Empolgada, ela soltou o vozeirão para dar vida a “Babaluu” nos primeiros minutos do domingo e abriu espaço para a apresentação, aguardada, de Cauby Peixoto.

Cauby não desapontou, não fosse o convite feito, após cantar antigos sucessos, para que Agnaldo Timòteo, o cantor e político de caráter duvidoso, o acompanhasse no palco. Aí, o público deu sua aula de cidadania: vaiou com força e determinação a presença de Timóteo num palco de estrelas que construíram carreira com dignidade e nunca tiveram postura equivocada e controversa como a da triste figura que é Timóteo.

Ángela e Cauby foram preservados mais as merecidas vaias a Timóteo fizeram com que apenas na manhã de domingo o palco reservado para os “monstros” da MPB voltasse a brilhar com Tito Madi, Adelmide Fonseca e a Orquestra Tajara.

Na Praça da Sé, uma das notas tristes da Virada Cultural: a participação especial da PM, no momento em que os Racionais MCs, com Mano Brow no comando, ocupavam o palco. Nas canções, a violência de que são vítimas negros e pobres. A PM então decidiu mostrar, na prática,  a truculência que os “manu” cantam nos raps, nem se importando com famílias e crianças que estavam no local. Uma total falta de urbanidade, que mais uma vez expõe o despreparo da PM para lidar com as massas. Bombas de efeito moral, com a desculpa de que o público queria depredar o local, foram lançadas. A PM parecia querer mostrar que as denúncias cantadas nas músicas são reais, muito reais. Pena que o show terminou com um saldo de oito feridos e 11 presos, como se a PM tivesse moral para prender alguém depois do que fez. Nenhum PM, obviamente, foi preso. Mas deveria, para aprender a respeitar o público que apenas queria assistir ao show dos “manu”.

A ocupação do centro velho da capital, apesar do incidente da Praça da Sé, foi algo que provou a força da cidadania em São Paulo. Filas gigantescas rodearam o Teatro Municipal, onde, entre outros, Paulo Moura, mostrou porque a MPB é um clássico. Do lado de fora, na fachada do Shopping Light, uma bela construção no Vale do Anhangabaú, uma companhia de dança mostrou em cabos de aço, a beleza dos passos e dos corpos suspensos, num momento de deleite. NO palco armado na Praça Ramos de Azevedo, no encerramento da Virada Cultural no domingo, grupos de congados e reisados, davam o tom das manifestações populares ainda preservadas, deixando vozes afros embalarem esse momento de fé e esperança.

Já no palco armado na São João, no Vale do Anhanganbaú, Zélia Duncan encerrou a virada fazendo corpo e alma levitarem ao som até dos Mutantes. Eventos como esse valorizam a capital paulista e têm tudo para atrair turistas. É uma bela iniciativa da Prefeitura. Ao governo do Estado de São Paulo fica a recomendação de que discipline mais a PM para que sua tropa possa aprender, com o público, o que é cidadania e tome algumas aulas de urbanidade para não estragar a festa que é viver e curtir São Paulo.

Carlos Franco

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