Uma pesquisa inédita realizada no Clinic Check-up do HCor Hospital do Coração constatou um aumento significativo do número de mulheres em busca de tratamentos preventivos às doenças cardiovasculares. Embora este setor seja mais freqüentado pelo público masculino, observa-se uma tendência de aumento entre as mulheres que estão preocupadas com o fator prevenção.
Durante a pesquisa, a equipe de cardiologia do HCor constatou que enquanto em 2001 a média mensal de mulheres em busca do Clinic Check-up era em torno de 20, ou seja, 10% do total de exames realizados, em 2003 essa média saltou para 30 e foi aumentando ano a ano até atingir, em 2007, o número de 60 mulheres/mês, que corresponde a 30% do universo de atendimento geral de homens e mulheres que é 200 por mês.
Apesar de todo avanço no conhecimento fisiopatológico, terapêutico e tecnológico, as doenças cardiovasculares (DCV) têm sido a principal causa de morte no Brasil e no mundo, sendo responsáveis por um terço de todas elas. Nas mulheres, o risco de doença arterial coronária (DAC) torna-se mais acentuado em idade mais avançada do que no homem. Porém, com a participação cada vez maior das mulheres no mercado de trabalho que ocasionam maior nível de estresse, tabagismo, sedentarismo e alimentação inadequada, essa diferença tem diminuído.
Segundo dr. César Jardim, cardiologista do HCor e responsável pelo estudo, todo esforço deve ser feito no sentido de identificar e controlar os fatores de risco – que são os mesmos entre homens e mulheres -, porém, alguns fatores causam maior impacto nas mulheres, como a hipertensão arterial e o diabetes, explica dr. César.
A hipertensão que tem uma taxa de incidência de 30% na população brasileira e evolui progressivamente com a idade -, chegando a 65% após os 60 anos, também aumenta em quatro vezes os riscos de doenças arteriais coronárias quando comparado às mulheres com pressão arterial normal. O tabagismo, outro fator de risco importante, aumenta em média três vezes o risco de doença arterial coronariana (com 30% de risco de óbitos). Dados de um estudo norte-americano também fazem uma associação direta entre o aumento do índice de massa corporal e a incidência de 70% dos casos de doenças arteriais coronárias.
A prevalência de diabetes no Brasil e no mundo é de aproximadamente 7,6% e tem igual incidência em homens e mulheres. Porém o risco de DAC em homens diabéticos é 2 a 3 vezes maior do que em não-diabéticos, enquanto é 3 a 7 vezes maior em mulheres diabéticas do que em não-diabéticas. Dentre estes fatores, a ausência da prática de atividades físicas também é preocupante, e dobra o risco de DAC, risco este comparado à hipertensão, dislipidemia e tabagismo”, finaliza dr. César.
Fatores de risco:
Jornada de trabalho excessiva;
Alta competitividade no mercado de trabalho;
Fortes tensões emocionais;
Alimentação inadequada;
Sedentarismo;
Consumo de tabaco;
Hereditariedade de doenças cardiovasculares;
Alto índice de colesterol e triglicérides;
Pressão alta;
Obesidade;
Diabetes.