Ao identificar nicho carente no mercado, a ex-faxineira Helóisa Helena Belém de Assis virou cabeleireira e encontrou a fórmula do sucesso que mudou a sua vida e a de muitas cacheadas, o Instituto Beleza Natural e seus produtos para quem tem cabelos cacheados ou crespos, o popular e pejorativo “pixaim”. Neste Dia Internacional da Mulher (#IWD15) ela não deixa de ser bom exemplo que sonhos podem se transformar em realidade, dar frutos, criar empregos e contribuir para a auto-estima feminina.
A empresária carioca Helóisa Assis pode se orgulhar de ter transformado o panorama de salões de corte e tratamento de beleza no país. Em 2013, foi eleita uma das “Dez Mulheres de Negócios Mais Poderosas” do Brasil pela revista Forbes, além de ter sido escolhida ‘Empreendedora do Ano’ pelo Estadão PME (PEQUENAS E MÉDIAS EMPRESAS). Naquele ano, a empresa fechou um acordo societário com a GP Investments, que adquiriu 33% do negócio.
Nem sempre foi assim. Ainda na década de 1990, ela e muitas mulheres não podiam encontrar no mercado produtos específicos para cabelos cacheados ou crespos, a não ser que a ideia fosse alisá-los. Essa procura despertou o interesse de Zica. “Virei cabeleireira aos 21 anos para conhecer meu próprio fio. Nos anos 90, os únicos tratamentos que existiam eram para alisar, e eu queria mantê-lo natural, mas com balanço e brilho. Eu era doméstica e o cabelo crespo era visto como sujo e sinal de desleixo. Era um sofrimento não ter uma solução para que eu e outras pessoas pudéssemos assumir a forma natural dos nossos fios”, conta Zica.
Depois de passar por um curso de cabeleireira e aprender sobre os produtos no salão onde trabalhava, passou a testar produtos e misturas em sua própria casa. Ao encontrar o balanço apropriado – depois de 10 anos de testes – surgiu a ideia de criar seu próprio salão, focado nos cabelos crespos e ondulados.
“Naquela época os salões menores dedicados aos cabelos crespos e ondulados não se apresentavam dessa forma” Não demorou muito para as filas começarem a se formar e a equipe trabalhar até de madrugada para tentar atender toda a demanda. O primeiro salão foi aberto no Rio de Janeiro, em 1993, uma atitude corajosa: recursos financeiros eram escassos. Dois sócios de Zica, que apostaram na sua receita capilar investiram o dinheiro de suas economias. Um Fusquinha do marido da cabeleireira adicionou não mais que R$ 6 mil na empreitada.
Hoje, são 30 unidades de negócio em operação, dentre institutos, lojas de produtos e quiosques, sendo 17 no estado do Rio de Janeiro, dois no Espírito Santo, três na Bahia, três em São Paulo e quatro em Minas Gerais. Por mês, passam pelos salões mais de 130 mil clientes. A rede tem apresentado um crescimento médio de 30% em faturamento ao ano. Seu público-alvo são mulheres e homens das classes B, C e D, entre 18 a 45 anos, que têm cabelos crespos e ondulados e não desejam alisá-los, e sim deixá-los bonitos naturalmente, com cachos definidos e hidratados. O tratamento carro-chefe da rede é o Super-Relaxante, que tira o volume dos fios sem alisá-los e define os cachos, Hoje a linha de produtos conta com mais de 50 itens diferentes para cuidados domésticos dos cabelos cacheados.
Em 2005, quando a empresa passou a fazer parte da Endeavor, eram 350 colaboradores e 16 mil atendimentos por mês para o Super-Relaxante, carro-chefe do instituto. Hoje, são mais de 2.000 colaboradores nos 18 institutos, na sede e na fábrica Cor Brasil. Cerca de 80% dos colaboradores já eram clientes quando foram convidados a fazer parte da equipe. A empresa apoia a política do primeiro emprego, não requer experiência profissional para a maioria das vagas e oferece treinamento aos recém-contratados.
Entre os prêmios recebidos pelo Beleza Natural, destacam-se: Empreendedor do Novo Brasil (2005); Empreendedor do ano Ernst & Young (2006); Mulheres Mais Influentes do Brasil (2007); Mulher Empreendedora de Alto Impacto do Ano Veuve Clicquot (2011), Prêmio Claudia – categoria Negócios (2012). Este ano (2013), a sócia Zica Assis foi incluída na lista das 10 Mulheres de Negócios Mais Poderosas do Brasil, da Revista Forbes, e escolhida Empreendedora do Ano pelo Estadão PME.