Márcia Xavier vem construindo ao longo dos últimos anos aparelhos ópticos como binóculos, lunetas, telescópios e monóculos – híbridos de escultura e fotografia. O mundo é distorcido, como em um caleidoscópio, onde a imagem refletida no espelho se move, dissolve e se multiplica, produzindo assim uma vertigem. Nesta exposição utiliza-se ainda de alguns espelhos, mas a maior parte deles é substituída por água, em duas instalações: Olho DÁgua I e Olho DÁgua II. No térreo da galeria, Márcia Xavier instala uma série de 5 objetos de chão e 2 de parede.
Juan Tessi, peruano radicado em Buenos Aires, apresenta em sua primeira mostra individual no Brasil 20 pinturas de fatura pictórica impecável que organizam narrativas. Uma mão. Mais à frente o detalhe de um dormitório burguês. A sequência de uns meninos brincando no pátio de um internato e duas sombras que se perdem no bosque. Lugares que poderiam ter sido roubados de um país incerto. De um passado melancólico e impreciso. Momentos tirados de uma infância que nunca foi. Fruto do desejo de uma vida que não nos coube viver. Quem tentar extrair destas imagens um vínculo alheio ao universo ficcional de Juan Tessi perde seu tempo. Porém também perderá seu tempo quem se negar a encarar dados reais de sua vida.