O Banco do Brasil disponibilizou por meio do site ww.bb.com.br/cultura, a relação de projetos selecionados para compor a grade de programação das unidades do Centro Cultural Banco do Brasil em Brasília, Rio de Janeiro e São Paulo em 2008.
O processo seletivo teve início em março de 2007, com a abertura das inscrições também no site www.bb.com.br/cultura. Dos 3.501 projetos inscritos, foram selecionados 74, envolvendo as mais diversas manifestações culturais (Artes Plásticas, Música, Teatro, Cinema, Dança, Idéias e Programa Educativo).
Os principais critérios avaliados foram: relevância conceitual e temática, inovação, viabilidade técnica, adequação física e financeira e identidade institucional. A programação selecionada prima pela diversidade, multiplicidade de linguagens e qualidade, valores priorizados pelo Centro Cultural Banco do Brasil desde o início de suas atividades, há quase duas décadas.
Apostando na diversidade de estilos e atendendo a públicos dos mais variados, a programação 2008 também celebra os 200 anos do Banco do Brasil e o Centenário da Imigração Japonesa.
Parte dos projetos selecionados irá compor a grade de programação do CCBB Itinerante, que em 2008 percorrerá todas as capitais brasileiras em comemoração ao aniversário do BB.
Os investimentos do Banco do Brasil na área cultural em 2007 ultrapassaram R$ 29 milhões. Em 2008 o BB estima investir R$ 40 milhões.
Seguem os destaques da grade de programação 2008 do Centro Cultural Banco do Brasil Rio de Janeiro agrupados nas áreas de Música, Exposição, Teatro, Cinema e Vídeo e Idéias.
Exposições
Para celebrar o centenário da imigração japonesa e o ano do intercâmbio Brasil Japão, o CCBB apresenta o projeto Nippon. Hoje, nosso país abriga a maior comunidade japonesa fora do Japão (cerca de 1,5 milhão de pessoas). Numa homenagem às duas nações, a exposição propõe uma viagem estética que tem início no ano 710, revisitando tradições e costumes, passando pelos aspectos religiosos, os códigos de honra dos Samurais e suas armas, as apuradas técnicas de fazer gravura, o vestuário até chegar no desenvolvimento de uma cultura nipo-brasileira. O diálogo constante entre o passado e o presente, as influências e intercâmbio entre o ocidente e o oriente vão ocupar todos os espaços do prédio, começando com uma instalação de coloridas pipas sobrevoando o público que estiver na rotunda. Estão planejadas, surpresas e curiosidades, como a cerimônia do chá, a delicadeza do Ikebana, detalhes da arquitetura, da caligrafia e do design.
Duzentos relógios em dois séculos de história. Esse é o tema da exposição O Tempo sob Medida, que reúne peças de relojoaria pertencentes à Fundação Medeiros e Almeida, de Lisboa. A partir de 1808 até os dias de hoje.
Entre as mostras individuais selecionadas, Propositores – Lygia Clark revisa a trajetória da artista, explorando a experiência sensorial e o conceito de interatividade. Segundo a própria, sua obra só adquire sentido quando manipulada. Incentivando a participação do público, as peças estarão organizadas de modo que o visitante possa interferir e se envolver com os conceitos lúdicos. Outra exposição individual traz uma série inédita de Paulo Pasta, internacionalmente reconhecido como um dos principais expoentes da pintura abstrata brasileira.
Meu Brasil Brasileiro – 200 anos de Pintura ilustra a influência da natureza e da cultura brasileira sobre artistas nacionais e estrangeiros que aqui passaram durante os séculos XIX a XXI. As telas selecionadas registram o impacto da paisagem e a paixão que a nação despertou nesses artistas. O projeto deve reunir obras de Tarsila do Amaral, Di Cavalcanti, Volpi e outros ícones.
Teatro
O CCBB traz Fernanda Torres em seu primeiro texto para teatro. Deus é Química explora o universo daqueles que precisam diariamente de uma injeção química no sangue para superar angústias e sobreviver. O espetáculo deve reunir Eduardo Dusek, Jorge Mautner e Evandro Mesquita.
Júlia Lemmertz, Clarice Niskier, Ítalo Rossi e Bete Mendes estrelam o clássico Maria Stuart de Friederic Von Schiller. O texto enfoca a filosofia de liberdade moral ao mesmo tempo em que aborda culpa e pecado. Uma das mais famosas rainhas do século XVI sofre com o ódio e a maldade daqueles que a cercam.
Pedro Paulo Rangel com o musical Um Homem Célebre baseado na obra de Machado de Assis.
Nenê Bonet é a montagem inédita da Cia. Quem São Esses Caras? Baseado na obra homônima de Janete Clair que aborda a emancipação da mulher nos anos 20.
Moacyr Chaves dirige Por um Fio, adaptação da obra de Dráuzio Varella.
Permanecem os projetos Mostra Estudantil de Teatro e Seleção Brasil em Cena com a montagem do espetáculo vencedor em 2007.
Cinema e vídeo
Cinema e vídeo, área que apresenta o maior número de eventos, traz a obra completa do cineasta francês Alain Resnais (A revolução discreta da memória), do chinês Wong Kar – Wai (Cineastas Contemporâneos), da belga Chantal Akerman e do americano Robert Altman (As muitas vidas de Robert Altman).
Os atores brasileiros Jorge Loredo (o Zé Bonitinho) e José Dumont são os homenageados do ano nas retrospectivas Mostra Câmera Close! e O homem que virou cinema.
E mais: o resgate áudio visual do centenário da imigração japonesa (Caminhos e descaminhos); as mostras Super 8 Brasileiro, UK Brutal Cine-arte Britânico; os festivais Cinesul, Mostra do Filme Livre, É Tudo Verdade, Cine Cufa; ao lado da aguardada mostra Que situação Hein, Debord?.
Música
A série de concertos e palestras Donzela Guerreira: a Música das Mulheres, apresenta uma visão abrangente da temática mitológica feminina, ressaltando sua presença na história da música como compositora, protagonista ou inspiração. O repertório percorrerá a música da Europa medieval, trazendo composições da monja Hildegard von Bingen, do séc. XII, a tradição oral, a canção brasileira, a mitologia grega como propulsora da ópera barroca, e a música indígena, com o ritual do Iamurikumã. Participam do projeto os grupos Anima, Harmonia Universalis, Músicos de Capella, Marlui Miranda e as índias Waujá, do Alto Xingu, Marília Vargas e Isabel Padovani. As palestras serão proferidas pela Dra. Walnice Nogueira Galvão e por Luis Otávio Santos.
Nesse ano, o projeto Martinho José Ferreira – 70 Anos de Brasilidade comemora o aniversário de Martinho da Vila. O samba das escolas, as canções populares, o romantismo e o humor presente em composições próprias ou imortalizadas pelo artista serão revisitadas nesta série dirigida por Cláudio Jorge, que contará com a participação de integrantes da Velha Guarda e da bateria da Vila Isabel.
Dentro das séries musicais, o público tem a chance de ouvir expoentes do jazz brasileiro e da música eletrônica com o projeto Phusion, em encontros inéditos onde artistas das duas vertentes desenvolverão em conjunto suas improvisações, explorando a versatilidade de suas respectivas linguagens.