CARLOS FRANCO
Tudo bem. Dolly é um refrigerante popular e 100% brasileiro, voltado ao mercado de baixa renda. Mas não precisa exagerar. As classes C, D e E também têm bom gosto.
O comercial do refrigerante – veiculado nos intervalos de programas populares da Rede TV!, como o SuperPop (Luciana Gimenez) e TV Fama – faz com que quem o assista até ache bonitinho o famoso Chuckie, aquele brinquedo assassino que deveria assustar crianças. O Dollynho assusta muito mais. Pior: é politicamente incorreto. Trata-se de uma garrafa Pet, com bracinhos e até uma linguinha vermelha. Uma coisa espantosa, diante da qual o cenário onde desfila o personagem fique em segundo plano. De politicamente correto, só as lixeiras de reciclagem onde o “mascote” joga a garrafa do Dollynho que ele acaba de beber.
O uso de animação tem crescido em todo o mundo. E até o Festival Internacional de Publicidade de Cannes agraciou há três anos campanha de Honda, divertida, supercriativa, que você pode conferir na seção “Cases de Negócios” dessa revista digital. Tanto mais lamentável ainda que o Brasil tem exportado comerciais com animação, muitos deles criados pelo pessoal da Zero. O comercial de Dollynho merecia tratamento melhor.
As classes C, D e E têm aumentado, sobretudo na era Lula, o seu poder de renda e consumo. Merecem tratamento melhor. Afinal, a intenção de todo ser humano é ascender sempre ao andar de cima.
Confira o comercial e chegue às suas próprias conclusões. Pode até achar, ao término dele, que Chuckie é uma graça. Nesse caso, cuidado: a intenção do filme americano foi a de criar algo pavoroso. E se a intenção de Dolly foi buscar identidade com os Teletubies, é bom tomar mais cuidado ainda. As crianças com menos de três anos, adoram esse desenho.
Confira o comercial: