Será lançado nesta quinta-feira (13), no SESC São José dos Campos, o projeto cultural “[vi]vendo o vale do paraíba: cultura, história e tecnologia”. Criado pelos produtores Cesar Baio e Walmeri Ribeiro, da Ponto Pimenta, e patrocinado pela NovaDutra (empresa do Sistema CCR), o projeto envolve uma instalação interativa que tem por objetivo relacionar o desenvolvimento da cidade (pólo da indústria aeronáutica brasileira) com as heranças culturais seu lugares e objetos, propondo um passeio pelo histórico e contemporâneo da região.
Para apoiar a interação do público com a instalação, é usado o video-documentário Sapucaia, da Jequitibá Cultural, que faz uso da linguagem audiovisual para abordar aspectos históricos e contemporâneos do Vale do Paraíba, usando as urnas funerárias indígenas, a cumbuca (fruto) e a sapucaia (árvore) como elos conceituais e metafóricos da transformação dos objetos e do homem.
Segundo Cesar Baio, autor do projeto, a expectativa é contribuir para a humanização das tecnologias, integrando o público da cidade com a cultura digital, por meio da exploração prática do ambiente interativo da instalação.
“O pólo de desenvolvimento que se transformou São José dos Campos convive de perto com as marcas de períodos que vão do tropeirismo à época áurea da economia cafeeira”, diz Baio. “Esse cenário cria um contexto singular para o desenvolvimento de projetos culturais que trabalhem a relação entre a criação e expressão cultural e a tecnologia”.
O produtor defende que São José dos Campos demanda projetos culturais que explorem essa vocação tecnológica sem desconsiderar as heranças culturais da região. “Essa é a maneira”, ressalta.
Segundo a produtora Walmeri Ribeiro, que também assina a produção executiva do projeto, nos últimos anos, o crescimento na produção cultural baseada em tecnologia digital apresenta um grande campo de possibilidades no terreno da produção e difusão destes produtos. Por conta disto, a realização do projeto “[vi]vendo o vale do paraíba: cultura, história e tecnologia” dá início a um processo de inserção de São José dos Campos no campo das artes digitais.
A instalação é composta por uma tenda retangular que produz uma câmara escura com 3 metros de altura, por 3 metros de largura e 6 metros de profundidade. Em seu interior o público passeia por diferentes espaços que fazem ou fizeram parte da vida do valeparaibano, como casarões, fábricas, cinemas, estações de trem. O ciclo vital dos lugares, determinado por relações de ocupação, trânsito, permanência, é assumido pelas imagens projetadas, que é desconstruída e reconfigurada de acordo com a circulação no espaço instalativo.
Para isso, a instalação lança mão das possibilidades criativas oferecidas pela tecnologia digital, fazendo com que a própria imagem assuma para si o ciclo de vida-morte-vida, destaca Cesar Baio.