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YOLHESMAN CRISBELES - Revista Publicittà YOLHESMAN CRISBELES - Revista Publicittà

YOLHESMAN CRISBELES

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CARLOS FRANCO

 

Em 1965, a turma do Pasquim, com Jaguar, Ziraldo, Olga Savary, Ferdy Carneiro, Paulo Francis, Albino Pinheiro e Leila Diniz à frente ocupou as ruas de Ipanema para saudar o carnaval. O som vinha de uma banda formada por músicos e amigos dessa turma irreverente que passou a usar a expressão “Yolhesman Crisbeles!” como lema, em faixas carregadas por dezenas de pessoas ligadas à cultura popular.
Agentes militares logo identificaram ali um protesto contra o regime, mas a frase nada tinha a ver com crítica direta à ditadura a não ser com a alegria e o humor ferino daqueles que fizeram do Pasquim um dos jornais alternativos mais lidos de todo o País.
“Yolhesman Crisbeles” na verdade seria o nome do anjo do juízo final segundo um dos famosos pregadores de rua do Rio. Um louco que assustava muitos na Central do Brasil dizendo que esse anjo iria os pegar. Faria até sentido a ditadura se ver como Yolhesman Crisbeles.
Como nasceu irreverente, a referenciada banda foi ganhando seguidores. No segundo ano, atraiu sambistas, gente bamba como Cartola, Dona Zica, Ary Barroso, Emilinha e uma constelação daqueles genuinamente ligados ao carnaval e a música popular brasileira, como Clara Nunes (foto), que foi madrinha da banda. O que faria assustar ainda mais a ditadura. Por várias vezes, especialmente nos dias de carnaval, muitos de seus foliões eram interrogados para revelar quem era ou o que era “Yolhesman Crisbeles” aumentando a diversão dos foliões e as atenções da mídia.
Hoje, a banda é um dos melhores sinônimos do carnaval carioca, de sua irreverênica e de sua liberdade foliã. Por isso, fez escola. E arregimenta milhares de foliões ao percorrer as ruas desse  bairro de classe média da Zona Sul carioca como a Farme de Amoedo, a Maria Quitéria, a João Angelica, a Nascimento Silva – onde Tom tocava piano para Eliseth. Tudo ao som de antigas marchinhas e sambas-enredos. Fonte de inspiração para várias outras e que virou filme de Paulo Cezar Sarraceni (o cartaz ilustra este texto). É o caso do bloco “Simpatia é Quase Amor”, “Carmelitas”, “Filhos da pauta (de jornalistas), ‘Imprensa que eu gamo”, “Atrevida”.
Foi essa banda irreverente, genuinamente carioca, a inspiração para que Plínio Marcos colocasse na rua a versão paulistana da banda de Ipanema, a “Bandalha, que ser tornaria “Banda do Redondo” ou “Redonda”, como preferem seus foliões.
Hoje, terça-feira gorda de carnaval, a Banda de Ipanema encerra a folia popular mais famosa do Rio de Janeiro. Depois da meia-noite é a hora da Lira do Delírio deixar o “Bofetada”, um pé-sujo que de tão bem frequentado virou “cult”. E assim, o Rio renasce mais uma vez em plena quarta-feira de cinzas.

Bom divertimento a todos!!!

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