O presidente da General Motors do Brasil e Mercosul, Jaime Ardila, em entrevista ao Roda Viva, no dia 16 de março de 2009, transmitida ao vivo pelo IPTVCultura www.iptvcultura.com.br falou sobre a situação da montadora frente à crise mundial; das demissões nas fábricas da empresa; da importância da redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para a recuperação da indústria automobilística; e no otimismo que impera na GM, mesmo diante de tantas dificuldades no mercado financeiro mundial.
Ardila foi categórico ao afirmar que a GM não irá quebrar, porque tem um plano de reestruturação, assim como as outras montadoras. Por causa da recessão, as montadoras precisam diminuir a estrutura de custos, diminuir o que chamamos de economia ponto de equilíbrio para conseguir ser rentáveis com um volume menor, explica.
O presidente ressaltou que a situação da GM brasileira é independente da indústria americana. Juridicamente, financeiramente e do ponto de vista de produtos, todas as empresas da GM são independentes. Temos uma linha de produtos completa, solidez e 84 anos de existência de sucesso no Brasil, enfatizou. Segundo Ardila, o consumidor brasileiro pode ter total tranqüilidade ao adquirir um carro da GM. A empresa vai continuar existindo mundialmente, garante.
Só no ano passado, Ardila afirmou que a GM vendeu mais de 550 mil veículos , o que representa um crescimento de 15% em relação a 2007. Neste ano, até fevereiro, já foram comercializados 36 mil automóveis, Para este mês, a previsão é que esse número fique em torno de 50 mil veículos, número comparável com o mesmo período do ano passado.
Quanto aos investimentos da montadora no Brasil, Jaime salienta que há quatro anos a GM não recebe ajuda dos EUA. A GM no Brasil não tem problemas para continuar com as operações normais. Tem suficiente liquidez, suficiente fluxo de caixa para financiar os investimentos.
Na sua opinião, a economia será mais forte nos países emergentes após a crise, nos próximos anos, porque estão se saindo melhor do que os países com economia desenvolvida. A recessão mundial econômica talvez seja a maior desde a grande depressão dos anos 30. Mas têm alguns países, especialmente China, Brasil e Índia, que estão indo um pouco melhor que os demais, enfatiza.
No que diz respeito ao IPI, Ardila concorda que a redução do imposto contribuiu para atrair o consumidor. Sem dúvida, com o IPI as vendas aumentaram mais do que alguns de nós esperávamos. Se a redução do IPI for estendida por mais três meses, como é nossa expectativa, acho que teremos um segundo semestre 10% abaixo do ano passado, mas ainda num patamar muito bom. Segundo o presidente, se a redução não for renovada, as montadoras correm o risco de uma queda no mercado de 30% e, com isso, podem ocorrer demissões.
Jaime Ardila disse que a empresa não demitiu trabalhadores em decorrência da crise. Nós não fizemos demissões. Nós não renovamos alguns dos contratos temporários que estavam expirando. É uma pena, mas precisa ser feito quando se tem um número de empregos acima do que a demanda justifica, explica Ardila. Ele também enfatiza que, apesar disso, a montadora emprega 23 mil trabalhadores em suas três fábricas no Brasil. Somos uma empresa com uma das menores rotatividades de funcionários, mas nós não controlamos o mercado, ressalta.
O presidente não quis dar detalhes sobre o lançamento do projeto Viva, que, segundo Ardila, irá começar a produção na segunda metade deste ano, primeiramente, na Argentina, e, alguns meses depois, virá para o Brasil. Será uma família de veículos. Nossa expectativa de vendas é bastante otimista. Se isso acontecer, nós já prometemos para aquelas pessoas que têm contratos temporários não renovados, que elas terão a prioridade, promete.
GM NÃO VAI QUEBRAR
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