Betty Makoni recebeu o principal prêmio do World’s Children’s Prize for the Rights of the Child (WCPRC), de acordo com a Convenção da Organização das Nações Unidas (ONU), em cerimônia solene, no Castelo de Gripsholm, em Mariefred (Suécia), no último dia 16. Betty, vítima de abusos quando criança, baseia sua vida na luta pelos direitos das crianças e apóia meninas vítimas de violência, casamento forçado, tráfico e abusos sexuais.
A votação mundial, encerrada no dia 11 de abril, envolveu 5,2 milhões de estudantes e um júri internacional, composto por 15 crianças de países diferentes, entre elas, o mineiro Railander Pablo de Freitas Souza, 13, escolhido para representar o Brasil por conta de sua história de vida, marcada pela violência doméstica.
No mundo, o WCPRC está presente em 85 países e congrega uma rede de 20 mil escolas e 11 milhões de alunos. No Brasil, o Grupo Positivo, maior corporação de Educação e Tecnologia do país, é o principal parceiro do projeto. A corporação, que apóia e colabora para que o projeto seja ampliado no país, desde 2003, é responsável por viabilizar a participação de centenas de milhares de estudantes brasileiros das escolas particulares e públicas por meio do Portal Educacional (www.educacional.com.br) e do Portal Aprende Brasil (www.aprendebrasil.com.br).
O Projeto WCPRC é uma iniciativa da organização não-governamental sueca Children’s World, que distribuí os únicos prêmios das crianças para realizações extraordinárias pelos seus direitos. As outras finalistas deste ano, que foram agraciadas com o Prêmio de Honra das Crianças do Mundo (World’s Children’s Honorary Award), foram: Cynthia Maung, da Birmânia, que luta há 20 anos pela saúde e educação escolar de centenas de milhares de crianças refugiadas, e Inderjit Khurana, da Índia, que dirige há 21 anos centenas de escolas e dois serviços telefônicos de auxílio para crianças mais pobres e vulneráveis, que vivem e trabalham nas plataformas ferroviárias daquele país.
Eleição dá direito às crianças
A votação mundial, uma das etapas do Projeto WCPRC, permite que crianças de todo o mundo exerçam o poder da democracia. Através de voto manual ou eletrônico, elas foram às “urnas” e elegeram os líderes de projetos que assistem meninos e meninas de até 18 anos, que tiveram seus direitos violados e viveram em situação de maus tratos, ou já foram ex-trabalhadores e ex-escravas, ou mesmo refugiados – histórias que são exemplos de perseverança e luta em prol de melhores condições de vida.
No Brasil, para as escolas associadas ao Grupo Positivo, esse processo ocorreu de forma eletrônica, viabilizada pelos Portais Educacionais, o que permite a aproximação das crianças à realidade de outras, além de terem acesso às informações sobre a cultura e condições em que vivem. Conhecimento que estimulará a humanização e respeito às diferenças sociais.
O objetivo é fazer com que as crianças vivenciem o processo democrático, experimentem o senso de solidariedade, constem que os líderes sobre os quais elas leram são exatamente iguais a elas, além de conscientizá-las acerca das necessidades e possibilidades de transformação das mazelas existentes. O trabalho promovido pelo WCPRC aproxima as crianças da realidade das outras crianças, além de terem acesso a informações sobre a cultura e condições em que vivem. Conhecimento que estimula a humanização e respeito às diferenças sociais.
De acordo com Samuel Lago, diretor dos Portais Educacionais do Grupo Positivo, a participação neste projeto é fundamental, pois reforça a missão da corporação na educação como processo de transformação do Brasil em um país melhor. “Trabalhamos pela formação de um ser humano melhor, capaz de construir um mundo melhor, tendo como base os princípios do saber, da ética, da aplicação das forças e faculdades humanas e do progresso”, explica o executivo do principal parceiro brasileiro do WCPRC, que desde 2003 apóia e colabora para que o programa seja ampliado no país.
Os portais fazem parte de um conjunto de materiais e ferramentas pedagógicas, criadas pelo Grupo Positivo, adequados às funções educacionais e de conteúdo seguro para uso dentro do ambiente escolar, sendo um importante instrumento de ensino, aprendizagem e relacionamento totalmente personalizado à escola.
Mineiro participou do júri
Além da votação mundial, um júri internacional infantil concede outro prêmio do Projeto WCPRC. O júri, formado por crianças de 15 países que já tiveram seus direitos violados, como escravas na lavoura ou em bordéis, soldados ou moradoras de rua, tem um adolescente brasileiro, o mineiro de Belo Horizonte, Railander Pablo de Freitas Souza, que representa todas as crianças do mundo que moram e trabalham nas ruas. O adolescente de 13 anos foi escolhido, em 2003, por votação feita pelo Portal Educacional e Portal Aprende Brasil, por sua história de vida, marcada pela violência doméstica.
Encaminhado à ONG Circo de Todo Mundo, organização “Amiga Mundial” do WCPRC, Railander conheceu o projeto. O brasileiro embarcou para a Suécia no último dia 8 para o encontro anual do júri internacional e participou da cerimônia de premiação, no dia 16 de abril, no Castelo de Gripsholm, em Mariefred, na Suécia, que é presidida pela Rainha Silvia.
Como parte da programação, o jovem participou de debates, reuniões e visitas às escolas locais parceiras, além de ter a oportunidade de expor sua opinião sobre a situação dos jovens no mundo, às autoridades internacionais, como a Rainha Silvia da Suécia; Nelson Mandela; o presidente Xanana Gusmão, do Timor Leste; o ex-chefe da Unicef, Carol Bellamy; o ex-assistente do secretário geral da ONU, Olara Otunnu e o vencedor do Prêmio Nobel de Economia, Joseph Stiglitz, entre outros Amigos Adultos Honorários do WCPRC.