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A morte de um reacionário

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CARLOS FRANCO

John Charles Carter (Evanston, 4 de outubro de 1924 — Beverly Hills, 5 de Abril de 2008), o famoso ator Charlton Heston morreu neste sábado, em sua residência em Los Angeles. Desde 2002, segundo agências internacionais de notícias como Reuters e AP, ele sofria de doença degenerativa com sintomas similares aos do Mal de Alzheimer.

O ator que se destacou em filmes épicos como Os Dez Mandamentos e Ben Hur sempre foi um reacionário em tempo integral, defensor das armas e homofóbico.

Ainda que apenas nos anos 80 tenha vestido a camisa do Partido Republicano (antes era filiado ao Partido Democrata) e saído em defesa de Ronald Reagan – também vítima de Alzheimer – e George Busch e George W. Bush, ou seja Bush pai e Bush filho, nos anos 40 e 50, já era apontado por Gore Vidal como um reacionário. Heston, segundo relato de Gore Vidal no seu livro de memórias – o brilhante Palimpsesto – recusou-se a atuar em peça escrita por Tennesse Williams simplesmente por este ser homossexual.

A vingança de Gore Vidal, roteirista de Ben Hur, foi fazê-lo protagonizar uma das primeiras cenas gays do cinema americano, quando Ben Hur e Messalina, se dirigem a uma sauna, depois de um caloroso e sensual brinde. Vidal garante que fez a cena de propósito.

Não importa. A peça de Tenesse, Um bonde chamado desejo, tornou-se sucesso de público e bilheteria e Marlon Brando interpretou o papel que Tenesse gostaria de ver na pele de Heston.

Alguns, porém, saem em defesa de Heston por este ter apoiado a luta de Martin Luther King e defendido os direitos civis dos negros nos anos 50 e 60. Também alegam que o ator foi contra a verdadeira inquisição – tão burra e estúpida quanto a da Igreja Católica – movida pelo senador McCarthy, num período sombrio que entrou para a história como macartismo.

No entanto, a imagem que fica hoje de Heston é a de um velho decrépito e patético, que aparece no filme “Tiros em Colombine” defendendo o uso de armas e a venda livre desses produtos letais.

Apesar da forte presença em épicos do cinema, Huston deixa de lembrança uma visão reacionária do homem e da humanidade. O tipo de visão absolutamente desprezível. Os que gostam do ator garantem, no entanto, que essas posições patéticas possam ser fruto da doença que começava a tomar conta de Heston. Pode até ser, mas as palavras e a sua imagem, além de atitudes ao longo do tempo, provam o contrário.

Aqui, porém, você fica com uma imagem de talento, um trecho do filme Ben Hur, cujo roteiro leva a assinatura de Gore Vidal.


 





 

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