No dia 6 de agosto de 1945, há 62 anos, o bombardeiro norte-americano “Enola Gay” lançou sobre a cidade japonesa de Hiroshima a primeira bomba atômica produzida pela humanidade.Deixou um rastro de destruição, horror e temor em todo o mundo. A bomba de urânio “Little Boy”, que pesava 4 toneladas, fez 140 mil vítimas fatais em segundos.
Os próprios militares americanos fotografaram o fato – um enorme cogumelo se formou no céu e que ilustra esse triste registro. Além das vítimas fatais, a bomba veio a matar, posteriormente, outras 5 mil pessoas, sem contar os efeitos colaterais que dexou na população japonesa. Três dias depois, outra bomba atômica seria jogada em Nagasaki, matando outras 135 mil pessoas e deixando novo rastro de vítimas e tristes histórias e sobreviventes.
Uma demonstração de ódio, em dose dupla, a qual o mundo nunca havia registrado em suas páginas, mas que imputou o poder de “Império” aos Estados Unidos da América, que assumiu, desde então, a posição de “dono do mundo” e “senhor da razão”, se é que seria racional matar tantos para se auto-proclamar vencedor da Segunda Guerra Mundial, tornando súditos todos os países do planeta num fragrante desrespeito à vida humana. E, em contrapartida, estimulando uma corrida bélica, protagonizado pelo maior adversário ideológico dos americanos de então, a hoje ex-União Soviética.
Uma corrida bélica e um episódio que acabaram dando vazão para que bestas humanas como George Bush, o pai do também inconseqüente Goerge W. Bush; e o ator de quinta cateogoria e não mais qualificado político Ronald Reagan, investissem bilhões de dólares – provocando reações de opostos – em máquinas de fazer guerras. O resultado desses investimentos e dessa inconseqüência ainda se pode respirar no ar e nos notícias que chegam do Oriente Médio, do Iraque do Afeganistão.
Nesse dia durante o qual Hiroshima relembra e chora os seus mortos, a revista digital www.revistapublicitta.com.brfaz com os versos de Vinicius de Moraes um apelo para que nunca mais – NUNCA MAIS – atrocidades como essa venham a ocupar espaço nos livros da História.
Carlos Franco
A ROSA DE HIROSHIMA
Vinicius de Moraes
Pensem nas crianças
Mudas telepáticas
Pensem nas meninas
Cegas inexatas
Pensem nas mulheres
Rotas alteradas
Pensem nas feridas
Como rosas cálidas
Mas oh não se esqueçam
Da rosa da rosa
Da rosa de Hiroshima
A rosa hereditária
A rosa radioativa
Estúpida e inválida
A rosa com cirrose
A anti-rosa atômica
Sem cor nem perfume
Sem rosa sem nada.