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DIANTE DE FATOS E FOTOS

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Por Marcelo Teixeira*

Gilson Caroni, que me deu aula de Economia Política na faculdade de Comunicação, postou um comentário bem pertinente na rede social Facebook sobre a foto da prisão do ex-governador do RJ Anthony Garotinho. Em cima de uma maca, coberto por um lençol branco e cercado de familiares chorosos, Garotinho é posto dentro do veículo que o levará à carceragem. Segundo Caroni, não dá para sentir prazer diante de tal imagem. Concordo com ele. A imagem é humilhante para ele e família e constrangedora para quem a vê.

Nunca fui simpático a Anthony Garotinho e comemoro sua prisão como também comemorarei a de todo político corrupto, seja de que partido for. Mas daí a me locupletar em ver uma imagem que captou a pessoa, fragilizada, em situação vexatória vai uma distância muito grande. Lutar pela justiça e pelo saneamento das instituições públicas é uma coisa. Falta de caridade é outra. Para tudo há um limite.

Caco Barcellos, jornalista da Rede Globo, junto com sua equipe, foi agredido e escorraçado da porta da Assembleia Legislativa do RJ (Alerj) nesta última semana quando tentava gravar entrevistas para o programa “Profissão Repórter” sobre os protestos contra as medidas do Governo Fluminense, que quer levar funcionários públicos ativos e aposentados para o sacrifício a fim de sair do caos financeiro em que se encontra.

Sob os gritos de “A verdade é dura; a Rede Globo apoiou a Ditadura” e “O povo não é bobo, abaixo a Rede Globo”, “Globo golpista”, “Desgraça do país” e afins, os manifestantes jogaram cones de trânsito e garrafas de água mineral em Caco e equipe, que, escoltados pela PM, tiveram de se retirar às pressas.

 Vale ressaltar que a agressão não é contra a pessoa física Caco Barcellos, mas contra a empresa que ele representa. Qualquer jornalista da Rede Globo que lá estivesse sofreria o mesmo tipo de represália. Afinal, a referida emissora é, historicamente, apoiadora de interesses direitistas e corporativos, embora mantenha a aura platinada. O jornalismo por ela praticado é rasteiro, parcial e tendencioso.

É legítima a indignação do povo contra a Rede Globo. Todos estamos cansados, enojados até, do tipo de jornalismo que ela pratica. Mas agredir os jornalistas que lá trabalham não é o melhor caminho para mudar as coisas.

Muitos apoiaram a agressão. Outros não. Não gostei do ocorrido, mais pelo fato de ter sido contra Caco Barcellos que, a meu ver, paira acima da ideologia da empresa onde trabalha. Ao mesmo tempo, não sei se seria contra se, em vez do Caco, a vítima dos insultos e “conadas” fosse William Waack ou Eliane Cantanhêde, explicitamente paus mandados para toda obra global. Ou seja, embora seja da Globo, Caco não tem cara de Globo. O mesmo não se pode dizer de Waack e Cantanhêde, só para ficar neles dois. Contudo, forçoso admitir que agressões a nada levarão e pesarão a favor da Rede Globo. Creio que surtiria mais efeito não dar qualquer declaração à Globo e vaiarem a permanência deles ali. A equipe de jornalismo se retiraria constrangida.

No momento em que se parte para a agressão, todos saem perdendo, não importa o lado em que estejam. Afinal, somos tripulantes da mesma Nação.

 

*Marcelo Teixeira é publicitário e jornalista.

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