A ascensão das mulheres no ambiente corporativo brasileiro tem tido um crescimento gradual e consistente nas melhores empresas instaladas no País, de acordo com a pesquisa Melhores Empresas para Trabalhar Brasil, realizada pela consultoria internacional Great Place to Work, pioneira no Brasil na avaliação da gestão de pessoas e do ambiente corporativo. Na edição de 2007, a pesquisa registrou que 44% dos postos de trabalho das 100 melhores empresas eram ocupados por mulheres, sendo que 32% das profissionais atuavam em cargos de liderança e seis das melhores empresas brasileiras têm mulheres na presidência. Para se ter uma idéia do crescimento, em 2006 a ocupação feminina no ambiente corporativo atingia a marca dos 38%, dos quais 31% são equivalentes a postos de chefia. Há dez anos (1997), apenas 11% dos cargos de liderança eram ocupados por mulheres.
Ao analisar o ambiente corporativo no México, na pesquisa Las Mejores Empresas para Trabajar – Mexico, em 2007, o Great Place to Work aponta que o índice de participação feminina nas 100 melhores empresas desse país é de 41% sendo
que 16% são cargos de direção e 31% de gerência. Ou seja, índices que estão um pouco abaixo dos encontrados no Brasil. Em contraponto, a edição 2008 da pesquisa Melhores Empresas para Trabalhar – Estados Unidos, publicada pela revista Fortune, mostra que as mulheres ocupam 49% dos postos de trabalho nas 100 melhores e, em 38% dessas empresas, representam a maioria dos funcionários. No que diz respeito a cargos de chefia, 42% das melhores empresas norte-americanas dispõem de mulheres ocupando posições estratégicas. Na Google, empresa que ocupa o primeiro lugar na lista norte-americana do Great Place to Work, 33% dos funcionários são mulheres.
Um outro destaque na Fortune é a empresa Principal Financial, que tem uma longa trajetória de recrutamento feminino. Hoje, 67% dos postos de trabalho são ocupados por mulheres, que ocupam 50% dos cargos sêniores. Entre os benefícios, a Principal Financial oferece flexibilidade no horário (trabalho em um único período), ou seja, um calendário para promover equilíbrio entre a vida pessoal e profissional práticas similares às empresas brasileiras. A diferenciação está no programa pós-maternidade, que prevê um retorno gradual das mães-profissionais.
As pesquisas Melhores Empresas para Trabalhar são baseadas em duas avaliações: uma com os funcionários, que respondem a um questionário de clima organizacional, voluntário e anônimo, por meio do qual descrevem a realidade da empresa e explicam o que consideram único e diferenciado em seu ambiente de trabalho. A outra avaliação é realizada com a própria empresa, que detalha as suas melhores práticas e benefícios. Há também auditorias realizadas por consultores do Great Place to Work®. O processo de classificação resulta em um estudo internacional considerado um dos mais importantes do mundo, uma vez que o Great Place to Work está presente em 30 países.
Em 2008, o Great Place to Work® realizará três pesquisas exclusivas no Brasil: a 12ª edição de Melhores Empresas para Trabalhar Brasil (edição nacional, publicada pela Revista Época, que destaca as 100 melhores empresas brasileiras); a terceira edição de Melhores Empresas para Trabalhar TI & Telecom (edição nacional publicada pelo Computerworld) e a primeira edição da lista Melhores Empresas para Trabalhar Rio de Janeiro.
Com base na análise da evolução das práticas de gestão de pessoas voltadas especificamente à força de trabalho feminina, o Great Place to Workâ elabora anualmente um ranking das 25 Melhores Empresas para a Mulher Trabalhar, que em 2007 destacou as iniciativas das empresas: Magazine Luiza, Unimed (São José do Rio Preto), Bristol-Myers Squibb, Laboratório Sabin, Mantecorp, BV Financeira, Intelig Telecom, AstraZeneca, Todeschini, Apsen, Sabre Travel Network, Relthy Laboratórios, Unimed (Rio de Janeiro), Leucotron Telecom, Chemtech, Zema, Unimed Cuiabá, Marelli, Spress Informática, Serasa, São Bernardo Saúde, COATS Extremoz E Borborema, Accor, Unimed (Vales do Taquari e Rio Pardo) e Recofarma (Coca-Cola). Primeira colocada no ranking, a Magazine Luiza possui uma política de recursos humanos baseada na valorização do trabalho da mulher e na implementação de uma série de programas que visam a dar qualidade de vida, capacitação técnica e evolução pessoal para que suas funcionárias tenham visão de mundo mais ampliada.
As 25 Melhores Empresas para a Mulher Trabalhar têm em comum o investimento contínuo para garantir a ascensão profissional das mulheres, oferecendo incentivos e programas de mentorado especiais, associados às práticas de gestão específicas para o universo feminino. Entre as práticas diferenciadas detectadas pelo Great Place to Workâ estão políticas de contratação com igualdade de condições e capacitação; programas de saúde especiais (prevenção ao câncer de mama, programas de gestantes etc); ampliação da licença maternidade; mentoria; formação de comitês de desenvolvimento profissional feminino; plano de carreira diferenciado, além de programas de diversidade e inclusão.
No ano passado, o Great Place to Workâ avançou na análise da participação feminina no ambiente corporativo e elaborou um novo ranking na pesquisa Melhores Empresas para Trabalhar Brasil, que identificou as 25 companhias que têm um percentual maior de mulheres entre os funcionários. O primeiro lugar ficou com Laboratório Sabin, com 74% de participação feminina, cujos destaques entre os benefícios são o salário-mínimo adicional, destinado às gestantes, e o auxílio babá. Mensalmente, as futuras mamães contam com o projeto Momento No Stress, que oferece sorvetes, pipocas, cachorro quente e um filme para relaxar. A Cultura Inglesa (73% de funcionárias) concede assistência médica vitalícia aos funcionários aposentados extensivo aos familiares e estabilidade empregatícia no período de dois anos antes da aposentadoria. No terceiro lugar do ranking, com 71% de mulheres ocupando postos de trabalho, está a São Bernardo Saúde que se destaca por dividir 20% do lucro líquido entre os profissionais e oferecer descontos para as funcionárias que quiserem fazer cirurgias plásticas.
As empresas que fazem parte do ranking das empresas com maior número de profissionais do sexo feminino (porcentagem de mulheres em relação ao total de funcionários) são: Laboratório Sabin (74%); Cultura Inglesa (73%); São Bernardo Saúde (71%); CIEE (67%); Unimed (Vales do Taquari e Rio Pardo, 67%); Unimed (Rio de Janeiro, 66%); Sabre Travel Network (66%); Amil (Curitiba, 65%); Unimed (São José do Rio Preto, 63%); Odontoprev (62%); Victory Consulting (60%); Herbarium (60%); Relthy Laboratórios (58%); Unimed Cuiabá (58%); McDonald´s (56%); BV Financeira (55%); Apsen (54%); Banco Real (54%); Daiichi Sankyo Brasil (53%); Accor (52%); Serasa (52%); Sicredi (49%); Porto Seguro (49%); Magazine Luiza (48%); e Bradesco (47%).