Um brinde!!!!! É o convite de uma ária e também o mote para que o espumante espanhol comemore 100 anos.
Qual é o segredo do bom vinho? Não há. As terras e vinha a dar-nos os seus melhores, enquanto que contribuem todas as nossas capacidades de refinamento, juntamente com a experiência e talento.”
José Ferrer Sala
Freixenet é uma das maiores e mais renomadas cavas da Espanha, semelhante em qualidade, tamanho e importância à francesa Moët & Chandon. A diferença é que, ao contrário do champanhe, os espumantes espanhóis são conhecidos como cava.
Pere Ferrer Bosch foi o filho de “La Freixenada”, a família localizada na Cantabria desde o século 13. Logo desde o início, a família decidiu produzir apenas cava, de um vinho espumante natural, seguindo o método utilizado em Champagne (França) durante séculos.
Mas é em 1907, depois de um enlace matrimonial entre duas famílias tradicionais, que a cava, que está comemorando 100 anos, começa a crescer e a ganhar mercado.
Em 1941, lançou o Freixenet, que com o passar dos anos, se tornaria um dos seus principais produtos, a cava Carta Nevada. Em 1974, foi a vez da cava Cordon Negro.
O referido casamento selou a união de Dolores Sala Vivé da Casa Sala e Pedro Ferrer Bosch de La Freixeneda, duas famílias vinícolas que se fundiriam para lançar as bases desta famosa casa no início século XX.
Tanto que, na década de 20, o produto acabou por fazer grande sucesso no mercado espanhol e também em outros países, projetando a cava Freixenet. O negócio viveu uma fase de expansão, além das fronteiras da Cantabria, onde também nasceu na cidade de Santander, o Banco Santander, até o início da Guerra Civil espanhola, nos anos 30, durante o qual a família sofreu a perda de dois patriarcas Pedro Ferrer e seu filho mais velho. Com grande determinação, a viúva Dolores Sala Vivé assumiu Freixenet, a fim de fornecer para seus quatro filhos pequenos o sustento.
Como Dolores usou sua valentia para alimentar a incipiente empresa, seus filhos cresceram com ela, trabalhando nessa atividade familiar. Todos viviam num pequeno apartamento em cima da adega. Em 1978, seu filho mais velho, José Ferrer, tornou-se CEO. José assumiu a direção da empresa e a elvou a outro patamar, se valendo da boa aceitação do produto no mercado. Agora semi-aposentado, uma quarta geração dos Ferrer toca a empresa, que tornou-se uma importante multinacional. Sob a orientação dos Ferrer, a empresa continua a expandir Freixenet comprando quintas e fechando parcerias capazes de garantir a presença em diversos países. O mercado brasileiro, por exemplo, tem sido abastecido com Freixenet produzida na região argentina de Mendonza.
Mas o que vale aqui é a celebração desse produto espanhol que a ditadura do generalíssimo Franco colocou em risco. Franco aliás foi desastre para toda a Espanha e sua população, mas o país se reergueu. E Freixenet tem motivo de sobra para comemorar. Brindamo-nos como convida a ária.