Olha, vou confessar um fetiche sexual pra vocês. Só porque vocês são meus amigos, OK? Vocês entendem que fetiche às vezes é uma coisa louca mesmo, não é? Por exemplo, tem gente que adora transar em banheiros públicos. Outros sentem tesão em serem tratados como bebês. Pois eu fico piradão quando descubro que uma mulher tem um celular com a tela toda rachada.
Há duas cópias da chave do meu apartamento com outras pessoas. Uma com a faxineira. Outra com o síndico. E se alguém roubasse uma destas cópias? Meu Deus! Agora me lembro! A cópia com o síndico tem uma etiqueta com meu nome: Renato 803. E se… Um sobrinho dele procura por dinheiro para comprar crack. Ele acha minha chave. Entra no meu apartamento no meio da noite. Não ouço nada. Ele atravessa a sala. Vem em direção ao meu quarto. Está alucinado. Mesmo me vendo dormindo, acende a luz. E eu acordo com seus olhos de louco e seus dentes podres bem em cima de mim.
Eu vi uma mulher andando totalmente nua na Avenida Marechal Floriano. Vejam que combinação louca: uma mulher nua numa rua com o nome de um marechal. Pois é, ela não parecia estar bem. Mas antes de ser “devidamente” recolhida ao Pinel, realizou um desejo comum a muita gente: andar totalmente nua numa rua com nome de marechal. Isso aconteceu nos anos 1980, uma época que mais tarde viria a ser chamada de “a década perdida”. Bem, pelo menos para mim, não foi.