Diferente de discurso repressivo e proibitivo onde o Não pode e ponto final! retoma situações de fase pueril, a nova campanha do Escritório de Idéias para a Revista Tatame traz linguagem em tom de alerta sobre o perigo do consumo de drogas, um convite à reflexão dos usuários, que já somam mais de 180 milhões de pessoas no mundo, 5% da população entre 15 e 64 anos, segundo dados do Escritório das Nações Unidas para Drogas e Crimes (UNODC) divulgados em junho deste ano.
São duas peças, Um soco derruba muita gente. Mas, às vezes, basta um tapinha e O nariz continua sendo um dos melhores pontos para nocautear alguém, que têm como objetivo chamar a atenção, principalmente, de jovens de classe média e lutadores sobre os riscos do uso de entorpecentes, como por processos agudos, como intoxicação ou overdose, ou crônicos. A cocaína, a exemplo, é a principal causa de infarto agudo do miocárdio em pessoas com menos de 30 anos.
No Brasil, de acordo com documento da Organização das Nações Unidas (ONU) divulgado este ano, cerca de 860 mil brasileiros são usuários de cocaína. Há ainda registro de que 22,8% da população no Brasil consome drogas em geral.
O criativo Fábio Barreto, responsável pela direção da campanha explica que a intenção é promover maior entendimento sobre os males das substâncias ilícitas e permitir ao público fazer a escolha certa, neste caso em favor da saúde, sem discurso de ditador. Combater as drogas com inteligência e não mais por imposição.
– Temos que recuperar a confiança, principalmente, dos nossos jovens. Estamos perdendo espaço e vidas para o tráfico, cada vez mais argiloso. Em janeiro, o Jornal Nacional mostrou a prisão de adolescentes da classe média envolvidos com traficantes para revenda de drogas em academias e festas. Na denúncia, novo plano estratégico para atrair novos consumidores para os morros cariocas: organização de lutas livre clandestinas por bandidos da região. Resolvemos contra-atacar com fogo pesado partindo do mesmo princípio: inteligência e planejamento.
As drogas aparecem em pesquisa da ONU como problema econômico e de saúde pública. Além dos óbitos e danos graves ao organismo humano, a dependência (álcool, tabaco, cocaína, maconha, anfetaminas e psicotrópicos) consome 10% do produto interno bruto da economia mundial, isto é, em gastos com hospitais, acidentes de trânsito e no trabalho, com a perda de produtividade. Em cifras, a indústria de entorpecentes já movimenta de 300 a 400 bilhões por ano em todo o mundo.
Os anúncios serão publicados na Revista Tatame ainda neste mês de outubro. E cartazes serão fixados em academias do Grande Rio.