Uma década depois, Marcos Piffer relança o livro Santos, uma verdadeira sinfonia de imagens que desvendam pequenas riquezas escondidas pelos cantos da cidade. A primeira edição está esgotada a mais de 4 anos. Na esteira do sucesso surpreendente, em se tratando de uma publicação dessa natureza, o autor aproveita para rever e ampliar a obra que reflete a história de um lugar que, como uma locomotiva que atropela o tempo, passa e deixa saudade na mesma viagem. Assim é a cidade de Santos que se pode ver através dos olhos de Marcos Piffer.
Se a edição original pretendia ser apenas um registro, no segundo momento o livro Santos revela a crítica, a indignação, o alerta do autor para o desapego e a indiferença impostos por um desejo de progresso, que apagou traços importantes do perfil da cidade. As 17 fotos inéditas, feitas na mesma ocasião, mas não incluídas no projeto original, aumentam o contraste entre a cidade que havia e a que deixou de existir em apenas 10 anos. O vendedor de laranjas obrigado a abandonar aquela esquina, o velho calçamento de pedras soterrado sob o asfalto e tantas outras concessões descritas em preto e branco que foram desfigurando a paisagem.
Neste novo momento, Marcos Piffer reafirma o seu fascínio pelas cidades, pelos arranjos urbanos e pela aconchegante desorganização que decorre dos aglomerados humanos. Para quem não conhece o fotógrafo e seu trabalho, Santos pode parecer uma declaração de amor bairrista, quase melancólica. Mas o livro é, de fato, um registro histórico, documento sem precedentes sobre um município que foi, por muitas décadas, a única janela aberta entre o Brasil e o resto do mundo.
A mesma técnica para novas idéias
Para garantir a qualidade das fotos, Marcos Piffer vem se mantendo fiel ao médio formato, oferecido pelas câmeras 6X7. A impressão em duotone, na folha absolutamente branca, também valoriza as (nº) fotografias feitas em preto e branco. A segunda edição do livro Santos conta com 2 mil exemplares, produzidos com o apoio da Lei Rouanet, do Ministério da Cultura, e patrocínio da Deicmar.
Sobre o autor
Marcos Piffer cursou a Faculdade de Arquitetura e Urbanismo de Santos e tornou-se fotógrafo profissional em 1.989. Aos 45 anos, divide o seu tempo entre os trabalhos comercial e autoral.
Assina outras duas outras obras individuais: Litoral Norte e Edifício Caetano de Campos e, atualmente, se dedica a produção de novos títulos O Brasil pelos Céus do Brasil e Coffea.
Como fotógrafo independente, tem trabalhos publicados nas revistas National Geographic, Trip, Traveler, BBC Magazine, Casa Cláudia, República, Mitsubish e Private Brokers.