Flor símbolo do Japão, a sakura (flor de cerejeira) exerce fascínio e sobretudo respeito. Lenda ancentral da nossa cultura conta que a princesa Konohana Sakuya Hime teria caído das nuvens próximo ao Monte Fuji, símbolo geográfico do Japão (é imperdoável descrevê-lo como acidente geográfico, embora o seja) e teria se transformado nessa bela flor, que nasce da junção da corruptela do nome da princesa, SA, com a palavra KURA, que eram os depósitos onde se guardavam arroz, alimento considerado dádiva dos deuses por japoneses tradicionalistas e na cultura que as gueixas e suas aprendizes, maikos, conservam ao longo dos séculos.

Japonesas vestidas com o tradicional Kimono, roupa japonesa apreciam os pés de ameixeiras do parque Minami da cidade de Okazaki no estado de Aichi no Japão.
foto : Marcelo Hide/Fotos Públicas

Casal de idosos fotografa junto a pés de ameixeiras no parque Minami da cidade de Okazaki no estado de Aichi no Japão.
Foto : Marcelo Hide/Fotos Públicas.

Noiva Japonesa posa entre as Glicinias do parque do castelo da cidade de Okazaki no estado de Aichi no Japão.
Foto : Marcelo Hide/Fotos Públicas
Japonesa vestida com o tradicional Kimono caminha entre as cerejeiras do parque de cerejeiras da cidade de Koda no estado de Aichi no Japão.
Foto : Marcelo Hide/ Fotos Públicas
Cerejeiras iluminadas no castelo de Okazaki o estado de Aichi no Japão.
Fito : Marcelo Hide/Fotos PúblicasPOR YUME IKEDA, DE TOKYO
Não há como precisar por meio dos séculos, quando começaram as festas em torno das cerejeiras em flor e da primavera, mas desde que o imperador Saga (786-842 d.C.), no século VII, instituiu o Hanami (apreciação das flores) no Palácio Imperial de Quioto, os japoneses aguardam, todos os anos com ansiedade o desabrochar das cerejeiras. Os meios de comunicação, especialmente os digitais, chegam a divulgar informações diárias de meteorologia e de floradas em qualquer lugar, para que possam ser apreciadas.
Em cada cidade japonesa, o prefeito é responsável pela cerejeira que fica numa praça e cuja a muda saiu do Palácio Imperial. Todos esses prefeitos integram,
durante o mandato, a Nihon Sakura No Kai, que é a associação das cerejeiras do Japão, responsável por organizar a festa onde as rainhas das cerejeiras
das diferentes cidades são apresentadas ao povo, numa tradição que se mantém viva. Como a flor dura poucos dias, ainda que durante a primavera, as festividades chegam a parar o país, atraindo turistas de toda parte.Nos Estados Unidos, a comunidade japonesa realiza o Washington National Cherry Blossom para comemorar o florescimento de 3 mil mudas de cerejeiras
doadas, em 1912, para selar laços de amizade entre os dois países. A parada das flores, quando do desabrochar das cerejeiras, é ponto alto no calendário
de primavera norte-americana. Mas é no Japão que as cerejeiras em flor, atraem multidões. E é na obra magistral do russo Anton Chekov (1860-1904), o Jardim das Cerejeiras, que essas flores desabrocham nos palcos do mundo.Aqui, as flores da primavera desabrocham nas belas imagens do fotógrafo Marcelo Hide, aprecie sem pressa e sem moderação. São cereijeiras, ameixeiras e glicínias em flor. Um colírio para os olhos, uma antevisão do paraíso.