Estudo inédito revela o perfil do executivo brasileiro. Realizada com exclusividade para a revista EXAME, a pesquisa vai a fundo e desvenda, entre outras coisas, as aspirações, os sonhos, a relação que eles têm com o trabalho, e os desafios dos profissionais que comandam as empresas no país.
Em sua maioria homens (78%), com idade média de 41 anos, 76% casados e 71% com filhos. 64% exercem cargo de nível gerencial há mais de 5 anos; 68% têm curso superior.
Hoje, 36% das executivas do País já são as principais contribuintes da renda familiar. Dispostas a brigar pelos mesmos postos e salários que os homens, as mulheres superam o sexo masculino no quesito formação: 37% têm pós-graduação e/ou MBA – entre eles esse índice cai para 28%. No que diz respeito aos profissionais que estão estudando atualmente, as mulheres continuam na frente (27% contra 16%).
Talvez, por estarem se preparando mais, a executivos se mostram menos vulneráveis que seus pares do sexo oposto: 44% dos homens sentem-se constantemente bastante pressionados no trabalho, um índice 17 pontos percentuais acima do das mulheres (27%).
Outra constatação: embora dediquem em torno de 11 horas por dia ao trabalho, 39% dos executivos brasileiros não tiram férias regularmente: 18% saem uma vez a cada dois anos; 13%, menos de uma vez a cada dois anos e 8% nunca saem. A divisão do tempo é quase espartana: ao trabalho dedicam 67% do seu tempo, 19% à família e apenas 14% à vida pessoal.
Mesmo com tanta dedicação ao trabalho, ter um negócio próprio não é o desejo dos 500 executivos entrevistados. Somente 5% deles manifestam esse desejo. Com idade média de 41 anos, eles não parecem dispostos a abandonar os cargos mais cobiçados das empresas a esta altura da vida. No entanto, caso fossem começar a carreira novamente, o quadro mudaria: quase a metade (44%) gostaria, sim, de abrir o seu próprio negócio.
Segundo esses executivos, é a autonomia no trabalho (51%) – e não o salário – a grande vantagem dos cargos de chefia. Esse aspecto ganha com folga da compensação financeira, segundo lugar na lista dos itens mais valorizados (24%). A realização profissional aparece na terceira posição (22%). No entanto, os executivos sabem muito bem que autonomia não é sinônimo de autoritarismo – pelo contrário: a gestão participativa é uma realidade nas companhias. Segundo a pesquisa, hoje, apenas 5% dos profissionais que comandam as empresas brasileiras tomam uma decisão sozinhos para depois comunicar à sua equipe.
Combatentes de primeira, 90% acreditam que os momentos difíceis servem para consolidar a carreira. Com 94%, os executivos de marketing lideram o ranking daqueles que aceitam a pressão como item motivador do trabalho. Na seqüência estão os profissionais da área administrativa (91%) e os executivos do setor financeiro (90%).