Texto: Comitê Olímpico Brasileiro (COB)
Foto: Washington Alves/COB
A brasiliense Lucélia de Carvalho escreveu seu nome na história dos Jogos Pan-americanos nesta quarta-feira (dia 25). Com a vitória na categoria kumitê acima de 60kg, a karateca tornou-se a primeira atleta brasileira a conquistar três medalhas de ouro na competição. Mas não foi só isso. O resultado alcançado por ela no Complexo Esportivo do Riocentro contribuiu ainda para levar o karatê brasileiro a seu melhor resultado nos Jogos.
Graças ao ouro de Lucélia e também ao de Juarez Santos (kumitê acima de 80kg), o Brasil já superou o desempenho em edições anteriores, quando havia conseguido subir ao lugar mais alto do pódio no máximo uma única vez, como ocorrera em Mar Del Plata-95, Winnipeg-99 e Santo Domingo-03.
A façanha do karatê brasileiro é ainda mais expressiva se for levado em conta que apenas o primeiro dos três dias de disputa da modalidade foi cumprido. Pelo saldo do dia, a confiança da equipe é ainda maior para as próximas disputas. As três categorias que competiram nesta quarta-feira (dia 25) subiram ao pódio. Além dos dois ouros, o País conseguiu a prata com Carlos Lourenço, categoria kumitê até 65kg.
A equipe treinou muito e todos têm condições de chegar às finais. Queremos bater também o recorde de medalhas. Os atletas estão motivados. Agradeço a Deus por essa medalha. Temos ainda mais dois dias de competição, com seis chances, disse Lucélia.
A brasiliense estava ainda mais feliz por ter superado uma fase difícil da sua vida profissional. Depois de Santo Domingo, tive que operar o joelho esquerdo. Ainda bem que me recuperei a tempo de treinar para o Rio 2007. Minha meta agora é me preparar para o Mundial do Japão, em outubro do ano que vem, completou ela.
Juarez dos Santos também festejou muito a medalha de ouro. Agora é comemorar e torcer pelos outros da equipe. Dedico essa medalha a Deus e aos meus técnicos, disse.
O atletismo brasileiro também brilhou no Estádio João Havelange. No salto em distância feminino, o Brasil fez a dobradinha com o ouro de Maurren Maggi (6m84) e a prata de Keila Costa (6m73), confirmando o favoritismo da dupla. Em Winnipeg-99, Mauren já havia sido campeã da prova, depois de levar a prata nos 100 metros com barreira.
A comemoração da medalhista de ouro teve um tom de desabafo. Essa dobradinha foi a melhor coisa que poderia ter acontecido, depois de oito anos de espera. Só vocês sabem o que eu passei, disse a paulista de São Carlos, de 31 anos, que ficou de fora de Santo Domingo-03 por causa de um exame positivo de doping. Este ano, quando se preparava para o Rio 2007, não pôde competir no Troféu Brasil, disputado em maio,em função de uma lesão. É uma recompensa estar aqui hoje, com essa torcida fantástica. E a pista é maravilhosa, comemorou.
Mesmo satisfeita com o resultado no salto em distância, Keila Costa espera dar o troco no salto triplo, na sexta-feira (dia 27). Quero que essa dobradinha se repita, só que com posições invertidas, disse a pernambucana de 24 anos, que só não ficou contente com a sua marca. Poderíamos ter feito melhor, completou.
Já Hudson de Souza manteve a tradição do Brasil nos 1.500m ao conquistar o bicampeonato, com o tempo 3m36s32 (novo recorde da competição). Na mesma prova que consagrou Joaquim Cruz, dono do antigo recorde desde Mar Del Plata-95, Hudson não deu chance aos adversários e cruzou a linha de chegada com um show de resistência.
Essa vitória representa o trabalho e esforço de uma vida inteira. Fazer essa marca era tudo que eu queria. Foi uma vitória muito gostosa, embora não esperasse o recorde, admitiu o bicampeão. Agradeço o apoio da torcida e agora quero me preparar para os Jogos Olímpicos de Pequim 2008, disse.
Houve ainda o bronze de Lucimara Silva no heptatlo, que encerrou a série de conquistas do Brasil nesta quarta-feira (dia 25). Ela comemorou o resultado como se fosse a medalha de ouro.
Luiz Fernandes foi derrotado pelo americano Justin Ruiz por 2 a 0 na final da categoria até 96kg da luta greco-romana do Rio 2007, nesta quarta-feira (dia 21), no Pavilhão 4A do Complexo do Riocentro. Mas o brasileiro tinha motivo de sobra para comemorar o resultado.
Com a classificação para a final da categoria, Luiz Fernandes já havia assegurado a primeira medalha da luta greco-romana brasileira na competição. A façanha é motivo de orgulho para o carioca de 26 anos. Nos Estados Unidos, existem cem competidores no mesmo nível do meu adversário da final. Isso faz toda a diferença, comentou.
Luizinho destacou ainda sua superação pessoal para conseguir a medalha. Saio de casa às 7 horas da manhã para trabalhar e só volto à meia-noite, depois do treino. Minha rotina é de casa para o trabalho e do trabalho para casa, explicou o brasileiro. Por isso, essa prata vale ouro, finalizou, destacando a evolução da modalidade.
Felipe Macedo também subiu ao pódio na categoria até 74kg da luta greco-romana. Ele levou a medalha de bronze, ao derrotar o equatoriano Marcelo Mina. “Ganhei os pontos em pé”, numa alusão ao seu estilo de luta. O brasileiro passou dois meses na Bulgária e voltou ao Brasil para o Rio 2007. “Ganhar medalha no Brasil é diferente. A vitória me anima a pensar nos Jogos Olímpicos de Pequim-2008”, destacou.
Juliana Veloso conquistou nesta quarta-feira (dia 25) sua terceira medalha em Jogos Pan-americanos, ao garantir o bronze na plataforma de 10m, no Parque Aquático Maria Lenk. As outras duas haviam sido garantidas em Santo Domingo-03 (prata na plataforma 10m e bronze no trampolim de 3m).
A carioca ficou feliz da vida com o resultado e emocionada com o carinho da torcida. Chorando e enrolada à bandeira do Brasil, ela agradeceu os aplausos, acenando para público. Tive alguns problemas técnicos na execução dos saltos. Mesmo assim, a medalha não saiu da minha mão. Alcancei meu objetivo de pontuação e cheguei a superar meu desempenho nos treinos.
O boxe brasileiro garantiu outras cinco medalhas de bronze. Ao todo, o País assegurou o terceiro lugar em seis categorias, sem contar as duas finais que participará na sexta-feira (dia 27). Os medalhistas desta quarta-feira (dia 25), no Pavilhão 2 do Complexo Riocentro foram o peso pena Davi Souza (até 57kg), o meio-médio-ligeiro Myke Carvalho (até 64kg), médio Glaucélio Abreu (-75kg), pesado Rafael Lima (até 91 kg) e o super-pesado Rogério Minotouro também ficou com a medalha de bronze, ao ser derrotado pelo cubano Robert Alfonso.
No pólo aquático, o Brasil já garantiu sua 12ª medalha em Jogos Pan-americanos, ao vencer o Canadá por 10 a 6, de virada, no Parque Aquático Júlio Delamare, no Complexo do Maracanã. Com o resultado, o time brasileiro assegurou, no mínimo, a prata. O adversário desta quinta-feira (dia 26) sai do confronto dos favoritos Estados Unidos com Cuba.