Parati se despede da quinta edição da FLIP com um balanço positivo. Durante os cinco dias da festa, entre 4 e 8 de julho, a cidade abrigou 76 escritores de 11 países (dois vencedores do Prêmio Nobel), 20 mil turistas e 10 mil crianças nos 21 debates sobre literatura, cinema e teatro, nas mais de 100 atividades infantis e eventos paralelos. Os números finais foram apresentados na tarde do domingo pelo diretor presidente da Associação Casa Azul e um dos idealizadores da Flip, Mauro Munhoz; pelo diretor de programação, Cassiano Elek Machado, e pela coordenadora da FLIPINHA, Cristina Maseda, em coletiva à imprensa.
A lotação completa da Tenda dos autores em quase todas as mesas é um termômetro do sucesso da FLIP, disse Mauro Munhoz. No ano passado, as mesas também lotaram, mas a cidade não estava tão cheia. De acordo com a Secretaria Municipal de Turismo, foram 12 mil visitantes em 2006 contra os 20 mil deste ano. É muito bom que a gente consiga essa visibilidade, disse o presidente da Associação Casa Azul, Mauro Munhoz. Quem sabe assim, alguns problemas estruturais da cidade passam a merecer mais atenção. A FLIP é uma ferramenta para pensarmos em um futuro interessante para esta cidade, completa.
Durante a coletiva, Mauro Munhoz anunciou que Cassino Elek Machado deverá continuar como diretor de programação da próxima edição da FLIP. Cassino adiantou que pretende convidar, caso seja mesmo o responsável pela programação também da próxima Flip, autores que contemplem outras linguagens como cinema e teatro, complementando a relação direta com a literatura.
Com uma rica e diversificada programação paralela, a FLIP levou literatura por todos os cantos de Paraty em vários eventos: a estréia do documentário “Português, a língua do Brasil”, de Nelson Pereira dos Santos; a exposição fotográfica “O lugar do escritor”, de Eder Chiodetto; a mostra de cinema com filmes baseados em obras de Nelson Rodrigues; duas oficinas literárias coordenadas por Arthur Dapieve e Joaquim Ferreira dos Santos e por Sonia Rodrigues, a exposição “Uma tragédia em 24 atos”, com curadoria de Marco Antônio Braz, e muito mais.
Entre os escritores convidados, os dois maiores destaques vieram da África do Sul e conquistaram o Prêmio Nobel: Nadine Gordimer, laureada em 1991, e J.M. Coetzee, em 2003. Além deles, 16 escritores estrangeiros se revezaram nos disputados debates e mesas: Ahdaf Soueif, Amós Oz, Mia Couto, Ishmael Beah, Robert Fisk, Lawrence Wright, Dennis Lehane, Jim Dodge, Kiran Desai, Guillermo Arriaga, Cesar Aira, Rodrigo Fresán, Alan Pauls, Will Self, Ignácio Padilla. No time dos escritores brasileiros, Silviano Santiago, Antônio Torres, Ruy Castro, Fernando Morais, Paulo César Araújo, Chacal, Paulo Lins, Veronica Stigger, Mário Bortolotto entre outros.
