As vendas de música digital cresceram 40% em 2007 movimentando cerca de US$ 2.9 bilhões no mundo. Em 2006 o faturamento havia sido de US$ 2.1 bilhões. Com esse registro a música digital passa a representar 15% das receitas totais da industria fonográfica mundial. Em 2006 esse segmento era de 11% nas vendas de música e em 2003 era praticamente inexistente, o que faz da música o setor mais avançado digitalmente da área de entretenimento, atrás apenas do setor de jogos eletrônicos.
Os Estados Unidos, o Japão e o Reino Unido lideram o ranking de vendas de músicas digitais no mundo (ver quadro a seguir). Estima-se que para cada download feito a partir de lojas on-line devidamente autorizadas, 20 são feitos de forma ilegal, infringindo a lei e os Direitos Autorais.
Pela primeira vez a ABPD divulga estatísticas oficiais sobre o mercado de música digital no País, antecipando parte do relatório que será divulgado na primeira quinzena de Março, juntamente com as estatísticas de 2007, de vendas de CDs e DVDs. As receitas com música digital no Brasil, apresentaram no ano passado, aumento de 185% em relação a 2006. As vendas através de telefonia celular cresceram 157% em 2007 e suas receitas representaram 76% do total do mercado digital. Entretanto, houve também um crescimento notável nas receitas advindas de licenciamentos e vendas pela Internet, que representaram em 2007 24% do mercado digital (Internet e Telefonia Móvel), enquanto este percentual em 2006, era equivalente a apenas 4%.
Estima-se que 8% do faturamento total do Mercado Brasileiro de Música em 2007 tenha sido advindo das vendas digitais. Em 2006 esse percentual foi de apenas 2%.
O Digital Music Report preparado pelo IFPI é a mais detalhada e importante publicação anual sobre o mercado de música digital no mundo, fruto de minucioso trabalho de compilação de informações e estatísticas fornecidas pelos maiores produtores de música de cada País. Fica claramente demonstrado como a diversificação de modelos de negócio tanto na Internet como na telefonia móvel, está sendo benéfica para criadores e produtores de música, e nos permite vislumbrar um futuro em que as receitas digitais compensarão a redução verificada nos últimos anos no mercado de suportes físicos contendo música. Entretanto, para que este futuro se torne realidade, segundo aponta muito bem o IFPI, é imperativo que os Provedores de Acesso à Internet assumam um papel muito mais (pró-) ativo e eficaz na proteção dos direitos dos criadores de música, que vem sendo sistemática e flagrantemente desrespeitados em suas redes, em benefício de um mercado on-line sadio e legítimo. (Paulo Rosa, Presidente da ABPD).
Governos de países importantes no cenário mundial começam a entender que Provedores de Acesso de Internet devem ter obrigação e responsabilidade na proteção da música e outros conteúdos na Internet. Ações urgentes são necessárias para traduzir isto em realidade, diz o novo relatório da industria fonográfica internacional.
A oferta de música protegida por Direito Autoral nas redes dos Provedores de Serviços de Internet, não autorizada e conseqüentemente sem qualquer remuneração aos seus respectivos titulares, emperra o desenvolvimento do negócio com música digital, e compromete o investimento em artistas, apesar do crescimento das vendas digitais em 2007 de 40% sobre o ano anterior.
A cooperação entre Produtores de música e Provedores de Acesso à Internet, é a forma mais eficiente de controle e redução dos atuais níveis de violação dos Direitos Autorais. Estimativas de empresas que monitoram a Internet demonstram que mais de 80% do tráfego mundial nas redes dos provedores, é constituído de distribuição ilegal de arquivos protegidos.
O Digital Music Report 2008 do IFPI destaca o plano do presidente da França Nicolas Sarkozy, de cooperação entre titulares de direito sobre músicas e Provedores de Acesso à Internet no combate à pirataria on-line como um exemplo a ser seguido. Iniciativas como esta também encontram-se em estágio avançado na Inglaterra, Suécia e Bélgica. O relatório pede que a União Européia siga o exemplo, o mesmo para países onde as discussões entre a produtores de música e Provedores de Acesso à Internet no que diz respeito ao combate à pirataria on-line de música não progrediram ainda satisfatoriamente.
Apresentando o relatório, o Chairman e CEO do IFPI John Kennedy diz: A mudança de opinião é uma coisa, um programa de ação concreto é outra. Há somente um momento aceitável para os Provedores de Acesso à Internet assumirem sua responsabilidade para a proteção de conteúdo, e este momento é agora. Depois de anos de prevaricação na discussão, a decisão do Governo Francês de enfrentar o problema é profundamente animadora. Isto mostra a urgência no encaminhamento da questão em todos os mercados onde a música está sendo agressivamente desvalorizada pela pirataria.