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Ele é um famoso diretor de televisão brasileiro e tem um apartamento em Ibiza. E eu, um aspirante a roteirista idiota que aceitou o convite para hospedar-se lá. Ele era meu ídolo. Até eu conhecer sua falta de memória (“A gente realmente tinha marcado?”), de espaço (“É uma quitinete.”) e de higiene (“É só uma baratinha.”). Agora, escrevo o roteiro do filme de terror sobre nossa convivência. Sem precisar inventar nada.
Dona Cândida, 82 anos, sempre acreditou em todas as vozes que lhe chegassem de longe, como a de Deus, a do rádio e da televisão. Por isso acreditou no homem que ligou para informar que tinha sequestrado seu neto Claudinho e que o mataria se ela contasse para a Polícia onde teria que entregar o resgate (suas economias, além de todas as joias que possuía). Era uma voz distante como a de Deus e ela obedeceu. Difícil mesmo foi acreditar quando Claudinho reapareceu (“Esqueci o celular em casa.”) e lhe explicou que ela havia sido vítima de um golpe. Talvez porque seu neto agora falasse bem de perto.
Quando começou a empobrecer, Alzira foi deixando de consertar o que quebrava. Primeiro, os objetos supérfluos, como o apontador de lápis elétrico e o lustrador automático de sapatos. Depois, coisas que realmente lhe fariam falta, como o 3 em 1 da Sharp, o aparelho de fax e a geladeira a gás. Como ela nunca quis vender suas coisas, ao morrer, tudo o que possuía foi arrematado por uma mixaria de seu único herdeiro pela TV Globo, que deixou tudo funcionando de novo para usar em suas novelas de época.