Cerca de 80km separam a capital mineira, Belo Horizonte (MG), de um dos maiores tesouros barrocos do país: o Santuário do Bom Jesus de Matosinhos, localizado em Congonhas, Minas Gerais. Declarado Patrimônio Cultural Mundial em 1985, o sítio conta com uma das grandes obras de Aleijadinho, os 12 profetas esculpidos em pedra, entre outras preciosidades, como as seis capelas anexas.
Desde a última terça-feira (15), moradores e turistas contam com novo espaço dedicado a esse sitio: o Museu de Congonhas. Além de jogar novo olhar sobre esse patrimônio, a instituição permitirá maior entendimento desse período histórico-cultural e promoverá o desenvolvimento de estudos e pesquisas.
O museu abriu as portas ao público após cerimônia de inauguração, realizada pelo Ministério da Cultura (MinC), o Instituto do Patrimônio Histórico e Artístico Nacional (Iphan), a Organização das Nações Unidas para a Educação, Ciência e Cultura (UNESCO no Brasil), o governo federal e a prefeitura de Congonhas. A inauguração integra as comemorações dos 30 anos do título e dos 70 anos de existência da UNESCO.
Presente na cerimônia de abertura, a presidente Dilma Rousseff salientou o papel do museu para promoção de desenvolvimento cultural, turístico e econômico na região e na diminuição de dependência na mineração. Parabenizou a todos os envolvidos no projeto, que levou cerca de 10 anos para ser concretizado.
Dilma falou ainda sobre futuras ações de preservação que serão realizadas na cidade. “A intenção é transformar o museu em um centro de referência para estudos e pesquisas sobre o Barroco e conservação de monumentos em pedra sabão”, adiantou.
Emoção
Emocionado, o ministro da cultura, Juca Ferreira, também enfatizou os mais de 10 anos de perseverança, empenho e trabalho de todos os envolvidos para que o museu ficasse de pé. “A emoção de vocês é minha também. Estive aqui há 12 anos, quando era secretário-executivo do Gilberto Gil, ele prometeu que faria esse museu”, lembrou.
“Esse museu significa muito para a cultura brasileira. Congonhas é um centro voltado à formação e pesquisa e este museu qualifica as visitas à cidade e permite contextualizar quanto a sua história e valores na arte”, afirmou. “Do Brasil das minas e dos ouros, brotou o talento de Aleijadinho, cuja arte marca de maneira única essa cidade, este estado e (nosso) país”, completou.
Jurema Machado, presidente do Iphan e uma das grandes responsáveis pela concretização do museu, disse ser um dia “muito especial e uma emoção concluir um trabalho tão longo”. (Da Agência ONU)