A grife Levi’s, que tornou-se um símbolo de versatilidade e ousadia no vestir em todo o mundo, lança nova campanha publicitária global, onde reforça as conexões do mundo moderno com um romance à moda antiga, sem deixar de lado a sensualidade e conforto que tem marcado sua comunicação. Na era dos relacionamentos virtuais, a marca faz um apelo pelo real e o despe com seu jeans. Assinada pela FCB West, o filme ponta de lança da estratégia ganhou direção primorosa de Sara Dunlop, da produtora Rattling Stick, embalado pelo rock e pela atração que o blue jeans desperta nas pessoas. O amor é claro está no ar e Levi’s o embala com seu jeans para que o romance tire literalmente a roupa.
POR YUME IKEDA, DE TOKYO
Levi’s é um ícone da moda em todo o mundo. O blue jeans está presente hoje na vida de todo o planeta, no ato de vestir e se mostrar para o outro. O Brasil é um dos maiores produtores globais do tecido e participa indiretamente desse movimento. Mas foi o alemão Levi Strauss que, por acaso, transformou esse modo de vestir numa espécie de uniforme global de várias gerações.
Tudo começou quando ele deixou a Alemanha no século 19 em busca de oportunidades na America, atraído pela corrida do ouro. Acabou por se estabelecer em São Francisco, Califórnia, USA, onde abriu em 1853 com o cunhado David Sten e sua irmã Fanny a Levi Strauss & Company visando vender artigos para os mineiros, entre eles lonas para barracas e cobertura de carroças. De cor azul, elas encalharam e ele acabou por perceber que os desbravadores precisavam de roupas resistentes. Resultado cortou as lonas e as transformou em macacões com bolsos, para que pudessem guardar o material necessário para as escavações.
Fez enorme sucesso e as vendas cresceram e atraíram o interesse de fornecedores de tecidos e acessórios, com o fator sorte na bagagem do tempo das diligências. É que o imigrante judeu lituano Jacob Davis, alfaiate em Reno, Nevada, USA, desenvolveu um sistema de arrebites para tecidos pesados e procurou Levi como parceiro. Acordo selado registraram a patente em parceria em 1873 sob o número 139.121 do Departamento Americano de Marcas e Patentes datado do dia 20 de maio de 1873, data que passa a ser considerada a de fundação do blue jeans. As calças e macacões fizeram sucesso absoluto entre os trabalhadores e os arrebites ajudaram a manter a costura de um tecido pesado e resistente.
Nos anos 1950 e 1960, outra inovação estaria por vir, com os movimentos hippie e “easy rider” ganhando espaço e a calça jeans se tornando símbolo dele, com a imagem de rebeldia e liberdade à flor da pele. O filme “Assim caminha a humanidade”acabou com Montgomery Clift, dando uma força extra ao produto nos anos subsequentes, incluindo-o além da corrida do ouro dourado na corrida do ouro negro, o petróleo.
Desde então, por sua versatilidade e resistência, Levi’s nunca mais saiu de cartaz. Agora, num mundo conectado busca em campanha o valor real da presença, do jeans e do modo de vestir. Tudo muito romântico e, depois de selado o romance, ora de tirar o jeans e o vivenciá-lo, claro que de forma real, nada virtual porque embala o corpo e não os teclados de um smartphone.
