Notice: A função add_theme_support( 'html5' ) foi chamada incorretamente. Você precisa passar um array de tipos. Leia como Depurar o WordPress para mais informações. (Esta mensagem foi adicionada na versão 3.6.1.) in /home/u753479000/domains/revistapublicitta.com.br/public_html/wp-includes/functions.php on line 5865
MERCADO DE CERVEJA FERMENTA - Revista Publicittà MERCADO DE CERVEJA FERMENTA - Revista Publicittà

MERCADO DE CERVEJA FERMENTA

0

A tendência de crescimento do mercado de cerveja deve trazer mais investimentos ao país. É o que prevê João Pedro Perondi D’Agostini ao mergulhar nos números do setor e nas suas projeções, uma vez que o Brasil é hoje o terceiro mercado mundial de cerveja, perdendo apenas para os Estados Unidos e a China.
João Pedro Perondi D’Agostini*
Considerando os últimos cinco anos, a cerveja foi um dos produtos de alto valor agregado que teve maior crescimento no consumo no mercado brasileiro. Atrás apenas da China e dos EUA, o Brasil é considerado o terceiro maior produtor da bebida no mundo.

De acordo com a Associação Brasileira da Indústria da Cerveja (CervBrasil), a produção nacional da bebida encerrou 2014 com um crescimento anual de 5%, enquanto em 2012 e 2011 foi registrado avanço de 3,5% e 3,4%, respectivamente. Só em 2014 foram produzidos 14,1 bilhões de litros, ante um total de 13,5 bilhões de litros em 2013, segundo a associação.

Inobstante a elevação da carga tributária incidente sobre bebidas frias (IPI, PIS/PASEP e Cofins) ocorrida no final do ano passado, apenas em janeiro de 2015 foram produzidos 1,299 bilhão de litros de cerveja, um aumento de 0,35% em comparação ao mesmo período do ano anterior.

Ainda que gigantesca, a produção da cerveja envolve um processo relativamente simples. Há séculos ela é feita basicamente a partir de quatro ingredientes: água, lúpulo, levedura e malte (em sua maior parte derivado da cevada).

Nesse panorama, o Paraná é o maior produtor de cevada do país, seguido dos estados do Rio Grande do Sul e Santa Catarina. Isso ocorre porque a região Sul tem um clima mais ameno, essencial para o desenvolvimento da planta.

Diferente do que ocorre nas regiões temperadas da Europa, Ásia e América do Norte, onde a maior parte do cultivo da cevada é destinada à alimentação animal, no Brasil, 90% da produção de cevada é destinada à fabricação de cerveja.

Para os agricultores dos estados da região Sul, o plantio de cevada pode ser uma excelente opção de cultura de inverno, dividindo espaço com o trigo e outras forrageiras utilizadas para a rotação de culturas, cobertura do solo e preparo da terra para a safra de verão.

A cevada tem um ciclo de produção que vai de 128 a 132 dias, aproximadamente 15 dias a menos que o trigo, liberando os campos mais cedo para o cultivo de verão. A produtividade média da cevada também é maior, situada em aproximadamente 2,5 mil quilos por hectare, em comparação com a média do trigo, que se aproxima de 1,8 mil por hectare.

O plantio da cevada é feito em maio e até setembro a lavoura precisa de muito frio. Embora a partir de setembro a temperatura suba um pouco e haja registro de chuva leve, a colheita necessita de clima essencialmente seco.

Apesar de ser uma planta mais sensível e o cultivo exigir um agricultor especializado, as subvenções dos governos estaduais e federal ao seguro rural também podem servir como atrativo para o investimento no plantio da cevada. Isso porque a cobertura de perdas com eventos climáticos, tais como trombas d’agua, ventos fortes, doenças, geadas e chuva de granizo, traz tranquilidade para os agricultores.

Conforme as regras de concessão do seguro rural, o governo federal subsidia até 70% do valor do prêmio. Os estados também possuem programas para subsidiar o custo da contratação do seguro. A exemplo disso, no cenário dos produtores do Paraná, o estado arca com 15% do valor do prêmio, ou seja, metade da contraprestação do produtor rural, considerando o saldo remanescente os subsídios do governo federal. Dessa forma, a cada R$ 1.000 de seguro, cabe ao agricultor arcar com um prêmio de apenas R$ 150, permitindo que o restante do dinheiro possa ser investido na modernização da lavoura.

Assim, considerando o aumento da produção cervejeira no cenário nacional e o consequente aumento da demanda pelos insumos necessários a sua fabricação, além dos programas de subvenção ao seguro rural, os quais dão uma boa margem de segurança em eventuais perdas com eventos climáticos, não faltam boas notícias para os produtores de cevada e para os agricultores que têm em mente o seu plantio.

* João Pedro Perondi D’Agostini é advogado especialista em Direito Empresarial, membro dos setores Tributário e de Agronegócios do A. Augusto Grellert Advogados Associados.

Share.

About Author

Comments are closed.