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NO RIO, O DRAMA DA MARTINS PENA - Revista Publicittà NO RIO, O DRAMA DA MARTINS PENA - Revista Publicittà

NO RIO, O DRAMA DA MARTINS PENA

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No ano do bicentenário do dramaturgo e precursor da comédia no teatro brasileiro, Martins Pena, a escola que leva o seu nome, no Rio de Janeiro, gratuita e uma das mais antigas da América Latina, enfrenta uma crise. No local onde se formaram Denise Fraga, Joana Fomm e, mais recentemente, o dramaturgo-revelação Jô Bilac, faltam professores, funcionários e as instalações estão com problemas de infraestrutura, que ameaçam quem circula pelo local.

 

Por Isabela Vieira/Repórter da Agência Brasil

Nem as atividades de comemoração dos 100 anos entusiasmaram turmas que voltaram às aulas na última semana. Sem professores, muitos correm o risco de se juntar àqueles que deveriam ter se formado em julho, mas não puderam por falta de professores. “Eu sou uma delas”, disse Rebecca Leão, ex-integrante do Grêmio Estudantil, que não conseguiu cursar aulas de voz.

Segundo a estudante, todos os contratos com os professores dessa cadeira venceram e não foram renovados. Sem o diploma, ela diz que não é possível obter a licença para trabalhar. “Quem se forma na escola, obviamente consegue o registro. Quem não tem diploma, precisa provar que tem larga experiência profissional e pagar uma taxa de R$ 300”, informou.

Técnico de iluminação da Martins Pena, Leopoldo Barbato diz que além da falta de professores para dar aulas de Iluminação e figurino, trabalhar na Martins Pena é correr risco de morte. “A parte estrutural do prédio está bem degradada, principalmente o casarão”, disse. “São paredes rachadas, janela caindo, madeira [de pilastras e móveis]com cupim, a parte elétrica com problema, enfim, há risco de acidentes que podem ser até fatais”, acrescentou.

Escola Técnica de Teatro Martins Pena enfrenta crise (Fernando Frazão/Agência Brasil)
FOTO: Fernando Frazão/Agencia Brasil

Para chamar a atenção, em maio a comunidade escolar fez uma série de manifestações. Na ocasião, a Assembleia Legislativa do Estado do Rio anunciou a criação de um grupo de trabalho, incluindo as secretarias estaduais de Educação e Cultura. No entanto, quase três meses depois, a própria escola não indicou representantes para o grupo, que não começou a trabalhar.

“A escola precisa participar para a gente saber o que precisa fazer e, depois, poder cobrar o que foi pactuado”, diz o deputado Zaqueu Teixeira (PT), presidente da Comissão de Cultura.

Vinculada à a Fundação de Apoio à Escola Técnica e à Secretaria de Estado de Ciência e Tecnologia, a Escola Martins Pena passou agora por uma troca de diretores. Saiu Roberto Lima, que fica como professor, substituído na direção por Marcelo Reis. A Agência Brasil solicitou uma entrevista com o gestor, mas não foi atendida.

Quem acompanha a cena teatral no país lamenta a situação. O premiado dramaturgo Jô Bilac — laureado com um Prêmio Shell, um dos mais importante do país – ex-aluno da Martins Pena, disse que a escola foi um divisor de águas em sua carreira. “Tinha o desejo muito grande pela escrita, descobri o teatro, mas não sabia onde poderia aprender dramaturgia”, afirmou ele, que pode desenvolver suas habilidades na escola de teatro, sob várias perspectivas.

“A Martins pena é fundamental, além de ser de graça, ela fomenta a arte com os alunos, forma o artivista (artista + ativista), que tem a chance de conviver com grandes profissionais da cena e promotores do teatro pelo Brasil, como professores. Não adianta ter só uma cidade cheia de salas de teatro e não investir em quem vai ocupar esses espaços”, acrescentou Bilac.

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