“Meu problema é o seguinte: sou sogra de engenheiro. Você sabe que todo engenheiro é metido a saber de tudo, não é? É pior que jornalista. Mas ainda assim eu preferia que minha filha tivesse se casado com um jornalista. Jornalista pelo menos faz perguntas pra gente, quer conferir as coisas. Mas com engenheiro não tem moleza: eles são sempre os donos da verdade. E quando um engenheiro é metido a músico? Aí é complicado! Veja só: meu genro “acha” que toca violão. Existe coisa mais complicada do que ser sogra de engenheiro que pensa que é músico?”.
Quando se separou de sua primeira mulher, Ernesto foi morar com Waltinho. Waltinho era roqueiro e os dois amigos iam a um show diferente toda noite, quanto mais underground, melhor. Ernesto até comprou uma guitarra. Quando o segundo casamento acabou, Ernesto foi abrigado por Pedro, um grande sambista. Então, era Cacique de Ramos, Lapa e Serrinha quase diariamente. Ernesto até aprendeu a tocar cuíca. Agora, depois da terceira separação, Ernesto teve que aceitar o quartinho de empregada de Leo, violoncelista. Moral da estória: Ernesto se adapta a qualquer estilo musical menos às suas esposas.