A Associação Nacional de Jornais (ANJ), que congrega sobretudo os interesses da grande imprensa brasileira, ingressou em 27 de outubro deste sombrio ano de 2016 com Ação Direta de Inconstitucionalidade (ADI), de número 5.613, no Supremo Tribunal Federal (STF) reivindicando que portais de notícias tenham de respeitar a mesma regra de limite de participação do capital estrangeiro – de até 30% – aplicada a jornais, revistas, rádios e televisões. O alvo é o conteúdo de qualidade de veículos como BBC Brasil, El País e The Intercept que, ao publicarem a verdade que brota da opinião dos contraditórios e da análise isenta aos seus leitores, expõem, no dia a dia, a manipulação da informação por meio da grande imprensa brasileira. Hoje, desacreditada completamente no exterior, inclusive por veículos com os quais tem vínculos de distribuição de informação.
Não é novidade para nenhum profissional de comunicação no Brasil que nossa grande e plutocrática mídia há muito deixou de levar informação de qualidade e análise isenta aos brasileiros. Transformou-se nas suas articulações num canal de pensamento único em defesa dos interesses de uma elite que visa cassar, no parlamento e no Judiciário, direitos civis e políticos dos brasileiros conquistados ao longo dos anos, a exemplo dos trabalhistas, do acesso à saúde e à educação públicas de qualidade e até das aposentadorias.
A ação da ANJ que visa cercear a liberdade de expressão no Brasil encontra-se hoje em poder do ministro do STF Celso Mello e deve ser analisada neste ano de 2017. O portal Rede Brasil Atual divulgou o seu teor e os argumentos da ANJ, tão logo esta entidade ingressou no Supremo e o próprio STF tornou público o seu teor. Confira aqui.