A italiana Miuccia Prada, nascida em Milão em maio de 1949, desde que herdou a marca Prada, fundada pelo avô Mario Prada em 1913, tem inovado na comunicação e na produção. Essa mulher aguerrida, formada em Ciências Políticas e ferrenha militante do Partido Comunista Italiano (PCI) na juventude, sempre busca agregar à marca, mais que o produto, um conceito. Foi assim quando decidiu lançar a grife Miu Miu, que faz referência ao seu apelido de infância, de forma que estivesse livre dos clássicos de Prada e, assim, pudesse dialogar com mulheres como a própria Miu Miu que o passar dos anos não apagou da memória a irreverência. Apaixonada pelo cinema, desde 2011 tem fomentado o projeto Women’s Tales (Contos de Mulheres), que resultou em filmes onde as roupas estão presentes nos roteiros, mas sem comprometer o estilo de grandes nomes femininos do cinema.
Isso mesmo estamos falando do empoderamento das mulheres, agora das diretoras de cinema que, com talento e sensibilidade, transformaram o projeto numa bem sucedida estratégia de marketing e encantamento. O projeto reúne desde 2011 um elenco de peso entre as quais Zoe Cassavetes (The Powder Room); Lucrécia Martel (Muta); Giada Colagrande (The Woman Dress); Massy Tadjedin (It’s Getting Late), Ava du Vernay (The Door) e aclamada diretora Agnès Varda (Les 3 Boutons). Agora, as atenções se voltam para o filme Seed, o décimo primeiro curta do Miu Miu Women’s Tales que ganhou a direção da japonesa Naomi Kawase, que ganhou notoriedade com o intimista e sensível “Ainda assim, a água”, saudado no Festival de Cannes pelo primor da narrativa absolutamente feminina.
O filme Seed estreia em Nova York no próximo dia 17, mas o teaser divulgado por Miu Miu dá uma ideia de que a sensibilidade de Naomi Kawase será capaz de arrancar suspiros. Miu Miu é um luxo e o projeto de Miuccia Prada uma bela cereja cinematográfica, como aquelas das cerejeiras em flor do Japão que tanto nos encantam.